Produzirmos frutos e não nos convertermos em hastes estéreis

Cada ano, o Senhor espera pacientemente que produzamos frutos verdadeiros, e não nos convertamos em hastes estéreis ou pessoas duras, sem fé nem coerência de vida. Não podemos considerar-nos mais pecadores que as restantes das pessoas, mas lutar por ser efetivamente bons. Quanta criatividade precisa de ter o amor, para se manter como tal! Não necessitamos de um empenhamento fora do comum, para começarmos a dar frutos. Basta a boa vontade.


1ª Leitura: Livro do Êxodo 3, 1-8a.13-15  — “O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós”
Continuando a apresentar, nesta subida quaresmal a caminho da Páscoa, certos momentos mais significativos da história da salvação, a primeira leitura deste domingo, em seguimento da dos domingos anteriores, dá-nos a célebre revelação de Deus a Moisés, a revelação do seu Nome, que define, tanto quanto isso é possível, Quem é Deus. Ao mesmo tempo, e na continuação dessa revelação, Deus chama Moisés e envia-o como instrumento de salvação para o seu povo escravizado no Egipto. Moisés será o chefe desse povo, o seu condutor através do deserto, e, como tal, figura de Cristo, o verdadeiro Pastor, guia e salvador do seu povo.

Salmo 102 (103) — O Senhor é clemente e cheio de compaixão.

2ª Leitura: Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios 10, 1-6.10-12  — A vida do povo com Moisés no deserto foi escrita para nos servir de exemplo
É o próprio Apóstolo que nos ensina a ler o Antigo Testamento: este anuncia as realidades do Novo Testamento, e serve, ao mesmo tempo, de exemplo e de guia ao povo da Nova Aliança, que já chegou “aos últimos tempos”, os tempos do Senhor Jesus Cristo, mas que ainda peregrina no deserto deste mundo a caminho da Terra Prometida. Não venha a suceder-nos a nós o que a muitos deles aconteceu: terem ficado pelo caminho.

Evangelho: São Lucas 13,1-9  — “Se não vos arrependerdes, morrereis do mesmo modo”
A primeira mensagem da Boa Nova que Jesus nos traz é o anúncio da aproximação do reino dos Céus, e consequentemente o convite a acolhê-lo com o coração voltado para ele e afastado do que lhe é contrário. Esta atitude é assim uma conversão, um regresso dos caminhos do pecado, uma atitude de arrependimento em relação ao passado, uma atitude penitencial. E esta atitude do coração é fundamental na Quaresma.