Não deixar cair no esquecimento é o propósito principal da proposta de oração pelos cristãos perseguidos para a próxima quinta-feira, dia 6 de Agosto. Nessa data, há precisamente seis anos, milhares de cristãos foram forçados a fugir quando as terras onde sempre viveram, as suas aldeias e vilas na Planície de Nínive, foram invadidas pelo Daesh, os jihadistas do Estado Islâmico.
Esta data, poderosamente simbólica, passou a ser assinalada como “Dia de Oração pelos Cristãos perseguidos”. Este ano, por causa da pandemia do coronavírus, não vai ocorrer nenhum evento específico, mas a Fundação AIS lança, apesar disso, um desafio a todos os portugueses para lembrarem em oração todos os que foram e são perseguidos por causa da sua fé em todos os países do mundo.
“Esta é uma data que não podemos esquecer”, diz Catarina Martins de Bettencourt, directora do secretariado português da Fundação AIS. “Há seis anos, o mundo assistiu à fuga de milhares de homens, mulheres e crianças e nada se fez. Lembrar o sofrimento destes milhares de cristãos e rezar por eles e pelos que continuam a ser perseguidos é o mínimo que podemos fazer.”
Catarina Bettencourt recorda que, desde a invasão das terras bíblicas da Planície de Nínive, em Agosto de 2014, “todos os anos, a Fundação AIS recorda essa data como um dos momentos mais trágicos de perseguição aos cristãos nos tempos modernos”. “Infelizmente, essa perseguição continua a acontecer em muitos países todos os dias. Não podemos ficar indiferentes a isso”, diz ainda a directora do secretariado português da AIS.
De facto, os cristãos continuam a ser o grupo religioso mais perseguido no mundo. Calcula-se que cerca de 80% de todas as pessoas que sofrem perseguição por causa da sua fé são cristãs. A fuga dos cristãos da Planície de Nínive, no Iraque, em Agosto de 2014, adquiriu um simbolismo que não pode ser esquecido. No entanto, em muitos lugares do planeta, assiste-se a situações igualmente dramáticas e, muitas vezes também, perante o silêncio cúmplice da comunidade internacional.
A Fundação AIS lançou, por exemplo, já durante este mês de Julho, uma campanha de apoio à Igreja em Moçambique por causa dos ataques extremamente violentos que têm ocorrido na região norte deste país lusófono, na província de Cabo Delgado, por parte de grupos armados que reivindicam pertencer também ao Daesh, o Estado Islâmico.
Calcula-se que, por causa desses ataques, que tiveram início em Outubro de 2017, mais de mil pessoas tenham já morrido e mais de 250 mil foram forçadas a fugir de suas casas abandonando tudo o que tinham. Seis anos depois, repete-se em Cabo Delgado a fuga de milhares de inocentes tal como aconteceu na Planície de Nínive em Agosto de 2014. “É preciso não esquecer”, diz Catarina Martins de Bettencourt. “Temos a responsabilidade de lembrar ao mundo que estas tragédias quotidianas continuam a acontecer.”
Fonte: Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal
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