Refletindo sobre o plano de comunicação social da Igreja em Portugal, Carmo Rodeia, diretora de comunicação do Santuário de Fátima, lança um olhar sobre este tema partindo das suas experiências nos Açores e em Fátima.
Em Portugal a Conferência Episcopal Portuguesa na sua Assembleia Plenária que decorreu de 9 a 12 de abril, decidiu prosseguir a reflexão sobre um Plano de Comunicação Social da Igreja.
Os bispos portugueses tomaram conhecimento da reflexão sobre este assunto feita pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais. Nesse texto é proposto o desenvolvimento de um serviço central de Comunicação.
Sobre este tema de um plano de comunicação social da Igreja em Portugal ouvimos Carmo Rodeia, diretora de comunicação do Santuário de Fátima e colaboradora do portal de notícias “Igreja Açores”. Publicamos aqui a segunda parte da entrevista que concedeu ao “Vatican News”:
“Hoje para fazermos conteúdos, felizmente não precisamos de ter os meios, ou melhor, termos os encargos com os meios. Esse foi um dos grandes desafios e uma das grandes mais-valias que a diocese de Angra (Açores)… Não deveria falar deste exemplo, mas faz parte da minha experiência: a diocese de Angra era uma das dioceses em Portugal que tinha mais títulos nas suas mãos, devido à sua dispersão geográfica, à sua insularidade. Cada ilha é uma realidade própria e quase que cada ilha tinha um jornal. A diocese era proprietária de muitos desses títulos. Paulatinamente foi fechando os títulos porque não tinha dinheiro para os manter, não havia condições de sustentabilidade.” (…)
“Portanto, a diocese foi fechando todos os órgãos de comunicação social até que se deparou com o fecho da “União”, um jornal centenário, propriedade da diocese, que tinha pouco já de jornal diocesano, mas que vivia na agonia de todos os jornais da imprensa cristã. Procurava ser um jornal generalista a competir no mercado com outros jornais sem vendas em banca só com vendas por assinatura e que oferecia produtos “refugados”. E quando a diocese decidiu fechar o jornal, eu ainda não estava ligada à diocese, ainda estava no jornalismo generalista, desafiaram para assumir o projeto com uma proposta foi neste sentido: criar uma agência de informação, à semelhança do que acontece com a Ecclesia, para fazer informação para outros consumirem. Trabalhar a informação de um ponto de vista jornalístico, profissional, técnico, sempre com o sentido da oportunidade da notícia. Temos uma ferramenta para o fazer hoje com custos mínimos que é a internet com uma página online e disponibilizamos os conteúdos para todos os jornais. E eu devo dizer que o resultado está à vista: quem for ver os órgãos de comunicação social generalistas nos Açores vê que todos os dias à notícias da Igreja nos Açores. Nós passamos de uma invisibilidade para uma visibilidade quase permanente e total.”
“Eu devo dizer que desde outubro de 2013 até agora foram produzidas no sítio “Igreja Açores” quase 10 mil notícias que foram quase todas replicadas e publicadas nos outros órgãos de comunicação social da imprensa generalista. O custo disto é mínimo. A visibilidade é máxima.” (…)
“Nós produzimos todos os dias notícias em Fátima. O página online de Fátima tem quase todos os dias uma notícia nova e essa notícia depois é replicada também pelos vários órgãos de comunicação social nacionais. E estamos a falar da Agência Lusa, da Agência Ecclesia, da Rádio Renascença e de órgãos locais. Portanto, este poderá ser um caminho. As estruturas profissionalizarem-se e, ao mesmo tempo, produzirem conteúdos para ocupar um passo que está disponível e que, apesar de tudo, ainda conseguimos ocupar.”
Carmo Rodeia, é diretora de comunicação do Santuário de Fátima e colaboradora do portal de notícias “Igreja Açores” e ajudou-nos nas últimas duas semanas a refletir sobre a importância da existência de um plano de comunicação social da Igreja em Portugal.
Fonte: vaticannews.va
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