Páscoa | A missão de comunicar a boa notícia de que o Senhor venceu a morte

Meditemos nestes momentos que antecedem a Páscoa e de poder dar esse grito de alegria que a vida venceu e sempre vencerá a morte. Cristo Ressuscitou!

Sábado Santo – Solene Vigília Pascal

Leituras: Apresentamos as leituras do Novo Testamento: Romanos 6, 3-11 e Mateus 28, 1-10

Estamos em Sábado Santo, na vigília da Páscoa de Cristo, que Santo Agostinho apelidou de “a Mãe de todas as demais vigílias”, pois nela aguardamos a nossa libertação com a ressurreição de Cristo. Na noite da morte, resplandece a luz da vitória de Cristo que vence a morte e ressuscita glorioso.

A liturgia põe em relevo o Batismo. Desde tempos antigos, são batizados nesta vigília os catecúmenos e os batizados renovam as promessas do seu Batismo. É a vida nova que Cristo nos traz: tendo morrido para o pecado, ressuscitamos para a vida nova da graça. Por isso, São Paulo, escrevendo aos cristãos de Roma, recorda que “fomos sepultados com Cristo, pelo Batismo, na sua morte, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova”. Morrer para o pecado e ressuscitar para a graça é um exercício quotidiano que nos cabe fazer, vencendo o egoísmo do nosso “homem velho” e ressuscitando no amor de Cristo.

O evangelista Mateus é quem nos dá mais pormenores sobre a ressurreição de Cristo, acontecimento de fé que ultrapassa os controlos humanos, como o dos guardas que as autoridades puseram no sepulcro, como vigia e defesa. Maria Madalena e a outra Maria, que Mateus nos apresenta, são testemunhas como que imediatas da vitória de Cristo sobre a morte. Perante o túmulo vazio, apresentado pelo Anjo, acreditam para além do que veem e recebem a missão de levar a boa nova de Cristo Ressuscitado aos discípulos, apressadamente, com grande alegria. Já a caminho de comunicar esta alegre notícia, tiveram a experiência do encontro com o Ressuscitado, recebendo o seu abraço e prostrando-se em adoração. Também nós precisamos de encontrar pessoalmente a Cristo para O podermos comunicar àqueles a quem somos enviados.

Páscoa da Ressurreição do Senhor

1a Leitura: Atos 10, 34.37-43
Salmo Responsorial 117(118), 1-2.16-17-22-23
2a Leitura: Colossenses 3, 1-4
Evangelho: João 20, 1-9

Todos os domingos, ou seja, no “primeiro dia da semana”, celebramos a ressurreição de Cristo. Mas hoje é como que a inauguração de todas as celebrações da vitória de Cristo sobre a morte.

Na leitura dos Atos dos Apóstolos, encontramos um dos oito discursos pronunciados por Pedro. Ainda não havia templos cristãos e esta pregação tem lugar na casa do centurião Cornélio, na cidade de Cesareia. Aqui encontramos a proclamação do “querigma”, do núcleo central da fé, numa síntese tão breve quanto eloquente. Pedro não expõe teorias ou doutrina sobre Jesus, mas fala de acontecimentos dos quais ele é testemunha direta. A nossa fé, sendo uma graça de Deus, assenta sobre o testemunho dos apóstolos que conviveram com Jesus, testemunho que ao longo dos séculos tem sido transmitido, sem quebra nem interrupção.

A adesão, pela fé, a Cristo ressuscitado não pode ficar ao mero nível das ideias de quem acredita numas tantas verdades. Tem de verificar-se num estilo de vida nova, ao jeito de Cristo. É esta vida nova que nos diferencia dos que não são cristãos. São Paulo não nos diz para nos desinteressarmos das realidades concretas deste mundo: família e sociedade, trabalho e relações fraternas, mas que tudo isto tem de ser vivido na perspetiva da eternidade, da vida definitiva em Deus. Por isso nos exorta: “afeiçoai-vos às coisas do alto”, vivei neste mundo tendo em conta a sua transitoriedade.

Maria Madalena é-nos apresentada no seu temor e espanto perante a ausência do corpo de Jesus, no sepulcro aberto. Sem demoras, “correu e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus”. Correm para o lugar da sepultura de Jesus crucificado e a ausência do corpo do Senhor converte-se em fé em Cristo ressuscitado.

Sabemos que Maria Madalena se converteu na primeira missionária da boa nova da ressurreição, tendo o Papa Francisco dado à sua memória litúrgica, a 22 de julho, a categoria de festa. Como seguidores de Cristo, todos temos a missão de comunicar a extraordinária boa notícia de que o Senhor venceu a morte, que é o seguro da nossa própria ressurreição.