Paróquia da Torreira celebra Eucaristia com passagem pela Ria

Celebração da Solenidade do Corpo de Deus agendada consoante as marés

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O pároco da Torreira, na Diocese de Aveiro, explica que a procissão da Solenidade do Corpo de Deus, que vai ser vivida hoje, tem “grande parte do itinerário pelas águas da Ria devido à sua “configuração humana e geográfica”.

O padre Abílio Araújo contextualiza que a Torreira é uma terra muito ligada ao Mar, a poente, e à Ria de Aveiro, a nascente, por isso, o itinerário fluvial da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo quer ter uma “dimensão humana muito presente”, seja quem procura o “justo sustento” nessas águas, como “o merecido descanso”.

“São o trabalho e o lazer que se unem num belo hino de louvor a Deus criador e redentor”.

Segundo o sacerdote, Deus que na Eucaristia, “celebrada e adorada, se dá totalmente aos homens” recebe deles, nas manifestações tradicionais do feriado assinalado hoje, “o seu reconhecimento agradecido pelo seu Dom de amor”.

O padre Abílio Araújo assinala ainda que a procissão, “no seu percurso terrestre”, leva Jesus às casas, “abençoa os campos agrícolas” e todo o trabalho “desenvolvido pelo homem” como colaborador da obra criadora de Deus.

Na Paróquia da Torreira, a celebração da solenidade do Corpo de Deus começa com a Eucaristia que este ano “devido às marés” está agendada para as 09h00 na igreja de Nossa Senhora da Paz, de onde parte a procissão eucarística até à igreja Matriz.

“Esta opção para a celebração surge da necessidade de unir toda a comunidade à volta de Jesus presente na Eucaristia, trazendo para o altar a realidade da vida quotidiana dos cristãos, e do altar levar Jesus para as suas vidas quotidianas”, assinala ainda o pároco.

A Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, originária do século XIII, pelo Papa Urbano IV, começou a ser celebrada em 1246 na cidade de Liège, na atual Bélgica; Inicialmente, a celebração assumiu-se como uma resposta a determinadas posições que colocavam em causa a presença real de Cristo na Eucaristia e terá chegado a Portugal no final do século XIII, adotando progressivamente a denominação de Festa de Corpo de Deus.

A afirmação dessa festa coincidiu com o auge da sociedade de cristandade no Ocidente, a exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60° dia após a Páscoa e, forçosamente, numa quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.

O feriado (móvel) nacional volta a ser celebrado em Portugal hoje, depois de uma suspensão de quatro anos, entre 2013 e 2015, resultado de um “entendimento excecional” entre a Santa Sé e o anterior Governo português.

O padre Abílio Araújo, sublinha ainda que a Festa do Corpo de Deus “centra no mistério mais profunda da Eucaristia” – celebrada e adorada – onde o “próprio Senhor dá-se por completo”.

Fonte: Agência Ecclesia