“A salvação é um dom do Senhor”, Ele nos dá “o espírito da liberdade”, disse o Papa na manhã desta terça-feira em sua homilia na Missa na Casa Santa Marta. Francisco recomenda para guardar-se dos hipócritas, cujo coração não está aberto à graça.
“A salvação é um dom do Senhor”, Ele nos dá “o espírito da liberdade”, disse o Papa na missa celebrada na manhã desta terça-feira na Capela da Casa Santa Marta.
Francisco comenta a passagem do Evangelho de Lucas, que narra o episódio em que Jesus dá uma dura resposta ao fariseu que fica admirado com o fato de que Jesus põe-se à mesa sem ter lavado as mãos antes da refeição, como prescrito pela Lei.
O Papa enfatiza a diferença existente entre o amor do povo por Jesus – porque chega aos seus corações, e também um pouco por interesse – e o ódio dos doutores da Lei, Escribas, Saduceus, Fariseus que o seguiam para pegá-lo em alguma falta. Eram os “puros”:
“Eram realmente um exemplo de formalidade. Mas faltava vida a eles. Eram, por assim dizer – “engomados”. Eram os rígidos. E Jesus conhecia a alma deles. Isto nos escandaliza, porque eles se escandalizavam das coisas que Jesus fazia quando perdoava os pecados, quando curava no sábado. Rasgavam as suas vestes: “Oh! Que escândalo! Isto não é de Deus, porque se deve fazer assim”. Eles não se importavam com as pessoas: importava a Lei, as prescrições, os preceitos”.
Mas Jesus aceita o convite do fariseu para o almoço, porque é livre, e vai ter com ele. Ao fariseu, escandalizado pelo seu comportamento, Jesus diz: “’Vós fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades”:
“Não são palavras bonitas, hein! Jesus falava claro, não era hipócrita. Falava claro. E disse a ele: “Mas por que você olha para o exterior? Olha o que tem dentro”. Outra vez havia dito a eles: “Vocês são sepulcros caiados”. Belo elogio, hein! Belos por fora, todos perfeitos…todos perfeitos… Mas dentro cheios de podridões, ou seja, roubos e maldades, diz. Jesus faz a distinção entre a aparência e a realidade interior. Estes senhores são “os doutores das aparências”: sempre perfeitos, mas dentro, o que há?”.
Francisco recorda outras passagens do Evangelho em que Jesus condena estas pessoas, como a parábola do Bom Samaritano ou onde fala de seu modo de jejuar e dar esmolas com ostentação.
Porque – afirma o Papa – a eles o que importava era “a aparência”. “Jesus qualifica estas pessoas com uma palavra: ‘hipócrita!’”. Pessoas com uma alma gananciosa, capazes de matar. “E capazes de pagar para matar ou caluniar, como se faz hoje. Também hoje se faz assim: se paga para dar más notícias, notícias que sujam os outros”.
Em uma palavra – continua Francisco – eram pessoas “rígidas”, que não estavam dispostas a mudar. “Mas sempre, por trás de uma rigidez, existem problemas, problemas graves – observa. Por trás das aparências de bom cristão – aparências, hein!, que sempre procura aparecer, de maquiar a alma – existem problemas. Ali não está Jesus. Ali está o espírito do mundo”.
Jesus os chama de “insensatos”, aconselhando-os a abrirem sua alma ao amor para que a graça entre. Porque a salvação “é um dom gratuito de Deus. Ninguém salva a si mesmo, ninguém. Ninguém salva a si mesmo, nem com as práticas destas pessoas”:
“Tenham cuidado com os rígidos. Tenham cuidado com os cristãos – sejam eles leigos, padres, bispos – que se apresentam como “perfeitos”, rígidos. Tenham cuidado. Não há o Espírito de Deus ali. Falta o espírito da liberdade. E tenhamos cuidado com nós mesmos, porque isso deve nos levar a pensar em nossa vida. Eu procuro olhar somente para as aparências? E não mudo o coração? Não abro o meu coração à oração, à liberdade da oração, à liberdade da esmola, à liberdade das obras de misericórdia?”
Fonte: vaticannews.va
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