O Papa Francisco reforçou hoje os seus apelos em favor da população da Síria, pedindo respeito pelo cessar-fogo acordado em finais de 2016 e pelo “direito humanitário internacional”.
“O desejo comum é que a trégua recentemente assinada possa ser um sinal de esperança para todo o povo sírio, que dela tem profunda necessidade”, disse, no discurso anual perante os membros do corpo diplomático acreditado na Santa Sé.
Novas conversações entre o governo e a oposição síria estão previstas para finais de janeiro, em Astana, Cazaquistão.
“Apelo à comunidade internacional para que se esforce com diligência por dar vida a uma negociação séria, que ponha termo definitivamente ao conflito, causador de um verdadeiro desastre humano”, declarou o Papa.
A situação no terreno continua marcada pela instabilidade, em particular na região de Damasco, onde prosseguem combates entre forças governamentais e grupos rebeldes, em volta do controlo estratégico do abastecimento de água.
Francisco evocou a “tristeza e o sofrimento” das crianças e jovens sírios, que sofrem as consequências de um “conflito atroz” que os priva da “possibilidade de brincar livremente” ou da “oportunidade de ir à escola”.
“Cada uma das partes em causa deve considerar como prioritário o respeito pelo direito humanitário internacional, garantindo a proteção dos civis e a assistência humanitária necessária à população”, prosseguiu.
O Papa criticou depois o “perverso comércio das armas”, alertando para as consequências dos testes realizados na península coreana, “que desestabilizam toda a região” e põem questões preocupantes a toda a comunidade internacional sobre “o risco duma nova corrida às armas nucleares”.
O acesso indiscriminado às armas, alertou Francisco, “produz uma sensação generalizada de insegurança e medo”.
O encontro decorreu na Sala Régia do Palácio Apostólico do Vaticano e começou com uma saudação do decano do corpo diplomático, Armindo Fernandes do Espírito Santo Vieira, embaixador de Angola.
A Santa Sé tem relações diplomáticas com 182 Estados, incluindo Portugal, além da União Europeia e da Soberana Ordem Militar de Malta.
Em 2016, a Palestina abriu uma embaixada em Roma, na sequência da entrada em vigor do acordo global com a Santa Sé.
(Fonte: Agência Ecclesia)
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