Papa recebeu presidente da Venezuela

O Papa Francisco recebeu em audiência o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, com quem debateu a “preocupante situação política” no país, convidando ao diálogo, anunciou o Vaticano.

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A audiência privada foi dada a conhecer apenas a poucos minutos da sua realização, pelo Executivo de Caracas, e antecede um encontro entre representantes do Governo e da oposição, marcado para 30 de outubro, na ilha de Margarita (Venezuela), com a mediação da Santa Sé.

A crise política no país sul-americano agravou-se nos últimos dias, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter bloqueado a realização de um referendo à continuidade de Maduro na presidência.

Em comunicado, a Santa Sé sublinha que o encontro do Papa com o chefe de Estado da Venezuela “aconteceu no quadro da preocupante situação de crise política, social e económica que o país está a atravessar e que se repercute pesadamente na vida quotidiana de toda a população”.

“Deste modo, o Papa, que tem o bem de todos os venezuelanos no coração, quis continuar a oferecer o seu contributo a favor da estabilidade institucional do país e de tudo o que possa contribuir para resolver as questões em aberto e criar confiança entre as partes”, acrescenta a nota oficial.

A Santa Sé adiantou que Francisco convidou Maduro a “empreender com coragem o caminho do diálogo sincero e construtivo, para aliviar o sofrimento do povo, dos pobres em primeiro lugar, e promover um clima de renovada coesão social que permita olhar para o futuro da nação com esperança”.

O último encontro entre Francisco e Maduro tinha acontecido em junho de 2013.

O Vaticano nomeou como seu mediador no processo de diálogo na Venezuela o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) na Argentina, D. Emil Paul Tscherrig.

O responsável diplomático disse à imprensa que o objetivo do encontro do próximo dia 30 de outubro é procurar criar “um clima de confiança, superação da discórdia e a promoção de um mecanismo que garanta a convivência pacífica” entre apoiantes governamentais e opositores (em maioria no Parlamento).

A Assembleia Nacional (Parlamento) da Venezuela aprovou esta segunda-feira um acordo declarando que o Governo de Nicolás Maduro promoveu “uma rutura da ordem constitucional” ao suspender a realização de um referendo revogatório presidencial.

A crise política na Venezuela soma-se a uma crise económica, com dificuldades no acesso a alimentos, medicamentos e artigos de higiene, por exemplo.

Fonte: Agência Ecclesia