O Papa recebeu hoje no Vaticano o presidente da República Portuguesa, em audiência privada, na primeira deslocação do novo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa.
O encontro decorreu na biblioteca privada do Palácio Apostólico, Santa Sé, informou o Vaticano, em comunicado.
Em declarações à RTP e Lusa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que em cima da mesa esteve a viagem do Papa a Portugal, “a Lisboa e a Fátima”, por ocasião da edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que vai decorrer, no verão de 2023, na capital portuguesa.
O chefe de Estado destacou que Francisco está “muito atento ao que se passa na Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia”, com destaque para a próxima Cimeira Social e a resposta à crise sanitária e económica provocada pela pandemia.
“Foi uma ocasião para ver como o Papa está atento a tudo”, assinalou.
Marcelo Rebelo de Sousa ofereceu uma obra sobre a igreja de São Roque (Lisboa), património de Portugal e da sua Igreja.
O Papa, por sua vez, ofereceu “uma coletânea de 7 volumes de sua autoria, uma cópia do documento sobre a Fraternidade assinado em Abu Dhabi, uma cópia da Mensagem da Paz 2021 assinada e datada de hoje e uma escultura em bronze representando um aperto de mãos”, informa o portal de notícias do Vaticano.
O presidente da República Portuguesa falou ainda da “visita histórica” do Papa ao Iraque e das “perspetivas que se podem abrir” para a pacificação no Médio Oriente, com atenção à nova liderança dos EUA.
Os dois responsáveis abordaram temas ligados à atualidade da União Europeia, África e América Latina, com atenção particular a Moçambique e à Venezuela.
Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que o Papa está “naturalmente preocupado com os efeitos sociais da crise”, comentando ainda que encontrou Francisco, depois da viagem da última semana, em “grande forma física, grande forma psíquica”.
Após o encontro com o Papa, Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se com o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, acompanhado por D. Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados.
“Durante a visita, a primeira do presidente ao estrangeiro depois da sua reeleição, foram sublinhadas as boas relações entre a Santa Sé e Portugal, bem como o contributo da Igreja para a vida do país, com especial relevo na gestão da crise sanitária atual, na defesa da vida e na pacífica convivência social”, refere um comunicado da Santa Sé.
“No âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, “foram abordadas algumas questões regionais e internacionais, nomeadamente o multilateralismo, a superação da emergência pandémica e o compromisso em prol da paz”.
A Presidência da República também publicou uma nota, destacando que Marcelo Rebelo de Sousa “se encontrou longamente” com o Papa, “tendo sido o primeiro chefe de Estado a encontrar o Sumo Pontífice depois da visita deste ao Iraque”.
“Foi abordada a situação da pandemia e suas consequências, e ainda as Jornadas da Juventude em Lisboa em 2023, tendo o Papa confirmado a sua firme intenção de estar presente, visitando também de novo Fátima”, acrescenta o texto.
Tal como em 2016, o chefe de Estado decidiu visitar o Vaticano, na sua primeira viagem, sublinhando o “papel essencial” da Santa Sé no reconhecimento da independência de Portugal.
A fundação de Portugal foi reconhecida pela Bula ‘Manifestis Probatum est’, documento do Papa Alexandre III, de 1179, que confirmava a independência e o título de rei a Afonso Henriques.
A primeira viagem do novo mandato presidencial inclui um “encontro alargado” com o rei de Espanha, no Palácio Real de Madrid.
Fonte: Agência Ecclesia
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