O Papa Francisco defendeu hoje em Fátima uma “revolução” centrada na misericórdia e no perdão, falando durante a celebração da bênção das velas, na Capelinha das Aparições.
“Possamos, com Maria, ser sinal e sacramento de misericórdia de Deus, que perdoa sempre, perdoa tudo”, disse às centenas de milhares de pessoas reunidas na Cova da Iria.
Na segunda intervenção da sua viagem a Portugal, iniciada esta tarde, Francisco retomou uma passagem da sua exortação apostólica ‘A Alegria do Evangelho’ para pedir aos peregrinos que acreditem “na força revolucionária da ternura e do carinho”.
“Nela [Virgem Maria] vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam de maltratar os outros para se sentirem importantes”, precisou.
Francisco voltou a percorrer o recinto em papamóvel, sendo saudado por milhares de bandeiras e estandartes de peregrinos de vários países.
O Papa ficou em silêncio, junto da imagem, antes de acender uma vela, tal como a multidão reunida em Fátima.
A intervenção, em português, usou um tom muito pessoal, com o Papa a rezar na primeira pessoa.
“A misericórdia, que usastes para com todos os vossos santos e com todo o vosso povo fiel, também chegou a mim. Pelo orgulho do meu coração, vivi distraído atrás das minhas ambições e interesses, mas não ocupei nenhum trono, Senhor!”, disse.
“A única possibilidade de exaltação que tenho é que a Vossa Mãe me pegue ao colo, me cubra com o seu manto e me ponha junto do Vosso coração”, acrescentou.
O Papa apresentou uma reflexão sobre os temas da justiça e da misericórdia, considerando que é necessário valorizar mais a misericórdia divina no discurso católico.
“Devemos antepor a misericórdia ao julgamento e em todo o caso o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia”, sustentou.
A intervenção deixou um apelo direto aos peregrinos reunidos para as celebrações do 13 de maio, no centenário das aparições de Fátima: “Na fé que nos une a Jesus Cristo, ficamos livres dos nossos pecados; ponhamos de lado qualquer forma de medo e de temor, porque não se coaduna em que é amado”.
Após a oração do terço, introduzida pelo Papa, Francisco segue para a Casa de Nossa do Carmo, onde fica hospedado em Portugal, até este sábado.
Na Cova da Iria, os fiéis prosseguem com a procissão de velas e a Missa presidida pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano.
AGÊNCIA ECCLESIA
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