O Papa Francisco celebrou na manhã de terça-feira (03/10) a missa na capela da Casa Santa Marta.
A homilia do Pontífice foi inspirada no Evangelho de Lucas proposto pela liturgia do dia, em que Jesus toma duas decisões ao se aproximar o momento da sua Paixão: colocar-se em caminho e, portanto, aceitar a vontade do Pai e ir avante e, depois, anunciar esta decisão aos seus discípulos.
“Somente uma vez”, afirmou o Papa, Jesus “se permitiu pedir ao Pai que afastasse um pouco esta cruz: ‘Pai – no Jardim das Oliveiras –, se possível, afasta de mim este cálice. Mas não seja feita a minha, mas a tua vontade’. Obediente; aquilo que o Pai quer. Decidido e obediente e nada mais. E assim até o fim. O Senhor pacienta…Pacienta. É um exemplo de caminho, não somente morrer sofrendo sobre a cruz, mas caminhar em paciência”.
Mas diante desta decisão, diante do caminho rumo a Jerusalém e rumo à cruz, os discípulos não seguem o seu Mestre. É o que narram várias páginas dos Evangelhos que o Papa cita. Às vezes, os discípulos “não entendem o que quer dizer ou não querem entender, porque estavam com medo”; outras vezes, “escondiam a verdade” ou se distraiam fazendo “coisas alienantes”; ou até mesmo, como se lê no Evangelho de hoje, “procuravam um álibi para não pensar” naquilo que aguardava o Senhor.
“Não era acompanhado nesta decisão, porque ninguém entendia o mistério de Jesus, a solidão de Jesus no caminho para Jerusalém: sozinho. E isto, até o final. Pensemos depois no abandono dos discípulos, na traição de Pedro… Sozinho. O Evangelho nos diz que aparece a ele somente um anjo do céu para confortá-lo no Jardim das Oliveiras. Somente aquela companhia. Somente”.
Vale a pena – e esta é a sugestão final do Papa hoje – para “tomarmos um pouco de tempo para pensar” em Jesus que “tanto nos amou”, “que caminhou sozinho para a Cruz”, “na incompreensão também dos seus”. “Pensar”, “ver”, “agradecer” a Jesus obediente e corajoso e conversar com ele.
E é o próprio Papa a sugerir as palavras:
“Quantas vezes eu procuro fazer tantas coisas e não olho para Ti, que fizeste isto por mim? Que foi paciente – o homem paciente, Deus paciente – que com tanta paciência tolera os meus pecados, os meus fracassos? E falar com Jesus assim. Ele decidiu sempre ir em frente, oferecer a face, e agradecê-lo. Tomemos hoje um pouco de tempo, poucos minutos – cinco, dez, quinze – diante do Crucifixo, talvez ou com imaginação, ver Jesus caminhar decididamente para Jerusalém e pedir a graça de ter a coragem de segui-Lo de perto”.
Fonte: news.va
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