O Vaticano acolhe o ‘Jubileu das Pessoas Socialmente Marginalizadas’, dedicado às pessoas sem-abrigo em todo o mundo, com a participação de uma delegação portuguesa com cerca de 160 pessoas.
Na primeira audiência com os participantes, na Aula Paulo VI, o Papa começou por destacar “a paixão e o sonho”, que podem ajudar estas pessoas a “caminhar para diante”.
“Uma boa paixão, que nos leva a sonhar”, pois uma das maiores “pobrezas” é “perder a capacidade de sonhar, de seguir em frente com um objetivo”, salientou Francisco.
“Não deixem de sonhar. O sonho de um pobre, de alguém que não tem um teto, qual será? Não sei. Mas sonhem. Vocês sonharam que um dia poderiam vir a Roma, e isso realizou-se. Sonhem que o mundo pode mudar, essa pode ser a semente do vosso coração”, assinalou.
Inserido no Ano Santo da Misericórdia que vai continuar a decorrer até dia 20 de novembro, este jubileu dos sem-abrigo conta com a participação de pessoas de cerca de 20 países.
De Portugal seguiram para Roma instituições como a Cáritas Diocesana de Lisboa, a Comunidade Vida e Paz, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, O Ninho e O Companheiro.
Durante a sua intervenção, o Papa lembrou que “a pobreza está no coração do Evangelho” e pediu “perdão pelos cristãos que não colocam os mais carenciados no centro” da sua vida.
“Peço-vos perdão por todas as vezes que os cristãos, diante de uma pessoa pobre ou de uma situação de pobreza, olharam para o outro lado. Perdão”, repetiu.
Para Francisco, são os mais carenciados que continuam hoje a transportar a mensagem de Jesus.
A mensagem de um mundo que precisa de mudar, onde falta “a paz”, onde falta muitas vezes “alimento e saúde”, um mundo que “não pode estar satisfeito”.
“Precisamos de paz no mundo, na Igreja Católica, todas as Igrejas precisam de paz, todas as religiões precisam de crescer na paz, porque todas elas são mensageiras de paz e devem crescer na paz. Ajudem-nas, cada um de vós na sua própria crença, com essa paz que vem do sofrimento do coração”, sustentou o Papa argentino.
Francisco destacou a “dignidade” que têm todos os mais pobres e que deve ser defendida, por muito que a sociedade possa querer “despojar, escravizar”.
“Vamos encontrar sempre alguém mais pobre do que nós, e sabermos ser solidários, ajudar o outro, dar-lhe a mão, isso também nos dá dignidade. Obrigado pelo exemplo que vocês dão. Ensinem-no ao mundo”, exortou.
O jubileu dos sem-abrigo vai prosseguir este sábado com uma audiência jubilar na Praça de São Pedro e termina no domingo, dia 13 de novembro, com uma eucaristia com as pessoas socialmente excluídas, na Basílica de São Pedro.
Fonte Agência Ecclesia
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