Papa na Via-Sacra: Jesus morre na cruz para que a nossa alma possa sorrir

Meditação das estações da Via-Sacra foi marcada pela reflexão da Paixão e da morte de Jesus junto aos sofrimentos dos jovens nos dias atuais.

Foto Canção Nova Portugal

Num dos eventos centrais da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, o Papa Francisco participou na Via-Sacra junto aos peregrinos nesta sexta-feira, 4. Na Colina do Encontro, ressaltou a entrega de Jesus para Se fazer próximo à humanidade, e juntos todos refletiram sobre a Paixão e a morte de Cristo paralelamente aos sofrimentos que afligem os jovens.

O Papa iniciou a Via-Sacra com uma breve oração e, em seguida, falou espontaneamente. Ele destacou que Jesus, o caminho, passou a sua vida a caminhar. No caminho, curou doentes, atendeu os pobres e fez justiça, pregou e ensinou, mas o caminho que ficou gravado no Seu coração foi o caminho da cruz.

Este caminho é o movimento de Deus, que sai de Si mesmo para caminhar entre os homens e por cada homem, por amor. Sendo assim, o Santo Padre pediu aos peregrinos que repetissem: “Jesus caminha por mim”.

Francisco também explicou que a cruz é o ícone deste caminho, revelando a beleza do Crucificado, que dá a Sua vida por cada ser humano. Em relação a este gesto de amor, ele citou Mazzolari, que expressou: “Senhor, pela sua inefável agonia, posso crer no amor”.

Foto: Canção Nova Portugal

Jesus caminha e espera
Prosseguindo, o Pontífice afirmou que Jesus caminha por esperar por algo. O Cristo quer encontrar “janelas para a alma” para poder também caminhar ao lado de cada um. “Jesus caminha e espera com o Seu amor, espera com a Sua ternura, consola-nos, enxuga as nossas lágrimas”, manifestou o Papa.

Jesus ruma ao encontro ainda que o amor seja arriscado. Contudo, disse Francisco, este é um risco pelo qual vale a pena. A entrega do Cristo na cruz é motivada pelos sofrimentos e misérias humanas, a fim de enxugar as lágrimas de cada pessoa, mesmo as lágrimas escondidas. “Jesus caminha e morre na cruz para que a nossa alma possa sorrir”, concluiu o Pontífice.

Foto: Canção Nova Portugal

A Via-Sacra
Durante a Via-Sacra, jovens carregaram a cruz pelos patamares do palco da Colina do Encontro e realizaram encenações. Cada uma das estações foi associada a problemas enfrentados nos dias atuais, como a violência, a destruição do meio ambiente e a dependência.

Também foram exibidos testemunhos de três jovens. Ester, da Espanha, falou sobre a transformação que aconteceu na sua vida após sofrer um acidente. Apesar do sofrimento, foi esta experiência que, segundo ela, a afastou da realidade onde estava inserida e a permitiu conhecer o amor de Deus.

O segundo testemunho foi do João, de Portugal, sobre os problemas mentais que ele enfrentou com o isolamento motivado pela pandemia de Covid-19. Ele destacou, contudo, o acolhimento da Igreja, “onde ninguém fica de fora” e todo o individualismo é vencido.

Por fim, Caleb, dos Estados Unidos, partilhou sobre os problemas que enfrentou na adolescência, quando passou por uma depressão e tornou-se toxicodependente. Caleb contou, no entanto, que entregou tudo a Deus e, depois, tornou-se cada vez mais envolvido nas atividades da Igreja.

Autor: Gabriel Fontana – Canção Nova

 

Marta Nogueira