Papa lembrou a multidão dos que esperam por ajuda

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo leva milhares de pessoas às ruas de Roma

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(Lusa)

O Papa presidiu hoje à solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, em Roma, conhecida popularmente como o Corpo de Deus, na qual lembrou a “multidão” dos que esperam por ajuda.

“Possa o gesto da procissão eucarística ser também resposta a esta ordem de Jesus. Um gesto para fazer memória dele; um gesto para dar de comer à multidão de hoje; um gesto para repartir a nossa fé e a nossa vida como sinal do amor de Cristo por esta cidade e pelo mundo inteiro”, declarou, na homilia da Missa a que presidiu na praça diante da Basílica de São João de Latrão.

O Papa falou dos pais e mãos que se dedicam aos seus filhos, bem como dos “cidadãos responsáveis” que defendem a dignidade humana, em especial “dos mais pobres, marginalizados e discriminados”.

“Pensemos também em todos os santos e santas – famosos ou anónimos – que se ‘repartiram’ a si mesmos, a própria vida, para ‘dar de comer’ aos irmãos”, pediu.

A intervenção partiu de uma passagem da primeira carta de São Paulo aos Coríntios (século I): “Fazei isto em memória de Mim”

“Esta ordem de Cisto é referida duas vezes pelo apóstolo Paulo, quando narra à comunidade de Corinto a instituição da Eucaristia. É o testemunho mais antigo que temos das palavras de Cristo na Última Ceia”, explicou Francisco.

O Papa recordou que Jesus tinha pedido aos seus discípulos que alimentassem as “multidões cansadas e famintas”.

“Na realidade, é Jesus que abençoa e parte os pães até saciar toda aquela multidão, mas os cinco pães e os dois peixes são oferecidos pelos discípulos, e era isto o que Jesus queria: que eles, em vez de mandar embora a multidão, pusessem à disposição o pouco que tinham”, assinalou.

Francisco sublinhou que este milagre da multiplicação dos pães era um sinal do que Cristo “tem em mente realizar pela salvação de toda a humanidade”, com a ajuda dos seus discípulos, através da celebração da Eucaristia.

“Também isto é ‘fazer’ com Jesus, é ‘dar de comer’ juntamente com Ele”, precisou.

Para isso, realçou o Papa, é preciso passar sempre através dos “pequenos gestos” de oferecer e depois receber “o pão partido das mãos de Jesus”, para o distribuir.

“O próprio Jesus Se repartiu, e reparte, por nós. E pede que façamos dom de nós mesmos, que nos repartamos pelos outros”, insistiu.

Recordando a vida das primeiras comunidades cristãs, Francisco observou que a Eucaristia se tornou, desde o início, “o centro e a forma da vida da Igreja”.

Após a Missa teve lugar a procissão eucarística até à Basílica de Santa Maria Maior, onde o Papa esperava a chegada do Santíssimo Sacramento, que foi transportado ao longo da ‘Via Merulana’.

Fonte: Agência Ecclesia