Papa encontrou-se com os peregrinos em Roma na audiência especial do Ano Santo

O Papa Francisco afirmou no Vaticano que dar esmola é um aspeto “essencial da misericórdia” e não se cumpre apenas com a oferta “à pressa” de uma moeda, mas implica falar com quem pede ajuda.

“Não devemos identificar a esmola com a oferta duma moedinha, dada à pressa, sem olhar a pessoa e deter-se a falar com ela, para se entender verdadeiramente o que ela necessita”, afirmou o Papa na audiência pública especial, realizada no Vaticano no âmbito do Jubileu da Misericórdia.

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Para o Francisco “não é a aparência que conta, mas a capacidade de parar e fixar, olhos nos olhos, a pessoa que pede ajuda”, sem preconceitos e mesmo sabendo que uma moeda pode servir para comprar “um copo de vinho”.

“Se pedinte se embriaga é porque não tem outro caminho”, lembrou o Papa, acrescentando que ninguém pode ser “juiz” de um homem que “pede uma esmola para comprar um copo de vinho”.

A esmola é um “gesto de amor”, de “atenção sincera de quantos se aproximam de nós para nos pedir ajuda”, adiantou Francisco.

“Oferecer esmolas não pode ser um fardo ou um incómodo de que nos livramos rapidamente”, sustentou.

Na audiência pública realizada no âmbito do Ano Jubilar, o Papa referiu que a palavra esmola e misericórdia têm a mesma raíz etimológica grega.

“A esmola deve levar consigo toda a riqueza da misericórdia”, disse Francisco, acrescentando que, “como a misericórdia tem mil caminhos, mil modalidades, assim a esmola se exprime em tantos modos para aliviar o desconforto de quandos estão em necessidade”

“Por parecer uma coisa simples dar esmola, mas temos de ter cuidado para não esvaziar o grande significado que este gesto tem”, advertiu o Papa.

No Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco encontra-se com os peregrinos que se deslocam ao Vaticano em audiências públicas especiais, realizadas nas manhãs de sábado.

Fonte: Agência Ecclesia