O Santo Padre concluiu sua série de audiências, na manhã deste sábado, recebendo 20 membros do Conselho dos líderes religiosos coreanos, em visita ao Vaticano.
Em seu discurso, o Papa Francisco expressou sua alegria de poder encontrá-los, sobretudo depois de terem percorrido tanta estrada para realizar sua peregrinação inter-religiosa a Roma.
Aos líderes religiosos coreanos, o Santo Padre recordou as palavras que lhes dirigiu, em Seul, quando da sua visita ao país:
“A vida é um caminho, um caminho longo, mas é um caminho que não pode ser percorrido sozinhos. É preciso caminhar com os irmãos na presença de Deus”. Eis, que hoje, aqui, se realiza uma parte do caminho que percorremos juntos”.
Aos presentes, Francisco recordou que, desde o Concílio Vaticano II, a Igreja nunca se cansa de percorrer as veredas, às vezes difíceis, da unidade, promovendo, de modo particular, o diálogo com seguidores de outras religiões. E acrescentou:
“O diálogo inter-religioso, composto de contactos, encontros e colaboração, é uma tarefa preciosa e agradável a Deus; é um desafio que deve ser enfrentado pelo bem comum e pela paz. O diálogo do qual precisamos deve ser aberto e respeitoso, para ser frutuoso”.
De fato, disse o Papa, o diálogo deve ser aberto, ou seja, cordial e sincero entre aqueles que querem caminhar juntos, com estima e franqueza; deve ser respeitoso, porque esta é a condição e a finalidade do diálogo inter-religioso. E especificou:
“De fato, é respeitando o direito à vida, a integridade física e as liberdades fundamentais – como o direito de consciência, de religião, de pensamento e expressão – que podem ser colocados os alicerces para a construção da paz, para a qual cada um de nós é chamado a rezar e a agir”.
Temos diante de nós um caminho muito longo, a ser percorrido com humildade e constância, sem levantar a voz, mas arregaçando as mangas para semear a esperança em um futuro, onde o homem possa ser mais humano e onde possamos ouvir o grito daqueles que repudiam a guerra e imploram mais harmonia. E o Papa advertiu:
“O mundo olha para nós e nos exorta a colaborar entre nós; o mundo exige de nós respostas e compromissos concretos sobre vários temas: a dignidade sagrada da pessoa, a fome e a pobreza; a rejeição da violência, sobretudo, aquela que se comete em nome de Deus; a profanação da religiosidade humana; a corrupção que fomenta injustiças; a degradação moral; a crise familiar, econômica, ecológica”.
Neste sentido, concluiu o Santo Padre, os Líderes religiosos são convidados a promover, favorecer e acompanhar os processos benéficos e de reconciliação. Somos chamados a ser pregoeiros de paz, não de modo violento, mas com palavras convincentes que se opõem ao medo e à retórica do ódio.
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