O Papa Francisco presidiu à Missa na capela da Casa de Santa Marta, no dia em que assinalou o seu 47.º aniversário de ordenação sacerdotal, e deixou alertas contra a intelectualização da fé e o clericalismo.
“Também hoje, Jesus diz-nos a todos nós e também a quem está seduzido pelo clericalismo: ‘Os pecadores e as prostitutas entrarão primeiro no Reino dos Céus’”, declarou, na homilia da celebração.
A Missa foi concelebrada pelos membros do Conselho de Cardeais, criado pelo Papa.
Francisco observou que este espírito do “clericalismo”, que Jesus Cristo criticou no seu tempo, é um mal presente também hoje na Igreja, cuja vítima é “o povo”, que se sente “descartado”.
O Papa observou que os líderes religiosos no tempo de Jesus eram “os intelectuais da religião, aqueles que tinham o poder, que levavam por diante as catequeses do povo com uma moral feita pela sua inteligência e não a partir da revelação de Deus”.
“Era uma lei sem memória: tinham esquecido o primeiro mandamento, que Deus deu ao nosso pai Abraão: ‘Caminha na minha presença e sê irrepreensível’. Eles não caminhavam: estiveram sempre parados nas próprias convicções. E não eram irrepreensíveis”, advertiu.
A homilia recordou que aqueles que instigaram a traição de Judas forma os primeiros a abandoná-lo, quando este se mostrou arrependido, “porque se tinham esquecido do que é ser um pastor”.
“O mal do clericalismo é uma coisa muito feia! É uma nova edição desta gente. E a vítima é a mesma: o povo pobre e humilde, que tem esperança no Senhor”, concluiu.
Fonte: Agência Ecclesia
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