Papa assume admiração por Bento XVI em texto de homenagem

Francisco assina prefácio de livro dedicado ao seu predecessor, que celebra 65 anos de sacerdócio

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O Papa Francisco escreveu o prefácio do livro de homenagem a Bento XVI, no 65.º aniversário da sua ordenação sacerdotal, no qual manifesta admiração pelo exemplo do seu predecessor.

“Ainda antes de ser um grandíssimo teólogo e mestre da fé,vê-se que é um homem que acredita verdadeiramente, que reza verdadeiramente; vê-se que é um homem que personifica a santidade, um homem de paz, um homem de Deus”, assinala.

O texto foi divulgado hoje pela Rádio Vaticano, após publicação no jornal italiano ‘La Repubblica’.

Francisco apresenta o Papa emérito como um exemplo da “Teologia de joelhos”, que valoriza a oração como “fator decisivo” na vida de quem se consagra a Deus.

Bento XVI vai voltar ao palácio apostólico do Vaticano a 28 de junho, para uma cerimónia de homenagem nos seus 65 anos de sacerdócio.

A Fundação Joseph Ratzinger adianta que a iniciativa, com a presença do Papa Francisco, está marcada para a Sala Clementina, onde o Papa emérito receberá o livro ‘Ensinar e aprender o amor de Deus’.

Francisco escreve que um sacerdote deve “incarnar a presença de Cristo” entre as pessoas e apresentar a “Igreja de Cristo”.

O texto elogia o “luminoso” sacerdócio de Joseph Ratzinger, Bento XVI, em particular os três anos que se seguiram à sua renúncia ao pontificado (11 de fevereiro de 2013), dedicados à oração e à meditação.

“É talvez e sobretudo do Mosteiro ‘Mater Ecclesiae’, para onde se retirou, que Bento XVI continua a testemunhar de modo ainda mais luminoso o ‘fator decisivo’, esse núcleo íntimo do ministério sacerdotal de que os diáconos, os sacerdotes e os bispos não devem esquecer nunca: que o serviço mais importante não é a gestão dos ‘assuntos correntes’, mas rezar pelos outros, sem cessar, alma e corpo, exatamente como o faz hoje o Papa Emérito”, desenvolve.

Em Bento XVI, observa Francisco, é possível ver “a essência do agir sacerdotal”.

“Sem a ligação com Deus, somos como satélites que perderam a sua órbita e se precipitam em louca corrida ao vazio, não só desagregando-se a si mesmos mas também ameaçando os outros”, conclui, citando o próprio Papa emérito.

Fonte: Agência Ecclesia