Pai, o porto seguro!

PAI = Paciência, Amor, Imaginação

Assim descrevo o meu pai e, com estas palavras, agradeço-lhe pela sua enorme paciência que teve (e tem) para comigo, sobretudo na minha adolescência. Agradeço as demonstrações de amor constantes, no percurso da minha vida. E, por último, mas não menos importante, imaginação… obrigada pai pelas brincadeiras, pelas anedotas, pelas histórias, partidas e troca de palavras, por me levares e trazeres do mundo dos sonhos, onde tudo se realiza.

Desta forma, posso “definir” o meu pai. E você, que lê agora este artigo, como descreveria para si o seu Pai? Se é pai, o que é para si, ser pai?

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Na nossa vida acabamos, com frequência, por lembrarmos muito mais da nossa mãe e da importância, do seu papel, na educação e vida dos filhos e o pai vai ficando para segundo plano. Que pena! E que egoísmo nosso (das mulheres), pensar que temos o papel principal e mais importante na educação dos filhos, quando, na verdade, só somos perfeitas neste papel, quando o nosso marido desempenha o seu papel de pai, na perfeição. Somos uma dupla infalível! Sozinhos somos muito pouco e deixamos os nossos filhos com uma “perda”, mas juntos, pai e mãe, somos invencíveis, extraordinários.

Mas qual o papel do pai? Porque é que é tão importante? Muitas mulheres pensam “Eu é que os carreguei nove meses, eu é que sei o que é melhor para eles” ou “O pai não pára em casa, como pode ser exemplo para os filhos?”

O Papa Francisco, em 2014, no dia do pai disse “Olhemos para José como o modelo de educador, que protege e acompanha Jesus em seu caminho de crescimento ‘em sabedoria, idade e graça’, como diz o Evangelho (…)E, todavia, em seu proteger Jesus, educando-o para crescer em idade, sabedoria e graça, ele é modelo para todo educador, em particular para todo pai.”

O pai é, portanto, o porto seguro de uma família. A figura masculina representa a segurança, a autoridade, o suporte, o guia. É de extrema importância na educação dos filhos, pois é o pai que, através desta representação de suporte, nos dá a segurança e tranquilidade que necessitamos para tomar decisões, escolhas na nossa vida.

O homem foi criado para ser a cabeça da família, isto é, quem carrega nas suas costas todo o peso do caminho a percorrer por aquela família e conduzi-la ao bom porto da eternidade.

O homem tem em si mesmo, uma estrutura física e psíquica muito voltada para a praticidade, o suporte, a força, a vitalidade, a orientação espacial, a resistência, entre tantas outras capacidades que o revestem de autoridade, para ser o guia e o prover da família. A mulher é a que pensa nos pormenores, que cuida dos detalhes, que pinta de colorido o dia a dia da família, que dá sabor às rotinas, é muito mais sensível, delicada, perspicaz e ansiosa, pois teme pela vida dos seus rebentos e sofre com eles. Desta forma, a mãe tende a super proteger os seus filhos e, se pudesse, nunca os deixaria sair debaixo da sua asa.

O pai, já consegue ver mais além e ser mais prático, incentiva os filhos na descoberta do mundo, quando são pequeninos, promove as suas interações sociais, deixa que eles testem, tentem e façam as experiências necessárias, para compreenderem a causa-efeito de subir em cima do sofá e desequilibrar-se, correrem numa ladeira e esfolarem os joelhos, aprenderem a andar de bicicleta sem rodinhas (pela mãe as rodinhas só sairiam quando fossem adolescentes!), saírem com os amigos e viverem as suas experiências de adolescentes (com juízo ou não voltam a sair!), compreenderem que precisam de se desenrrascar sozinhos, nos seus relacionamentos interpessoais, procurar os primeiros trabalhos para se sustentarem… O pai consegue gerir tudo isto, com muita sabedoria, e ter sempre uma palavra certeira no momento necessário, para uma boa reflexão de vida.

Se ficassemos só com o amor de mãe iríamos sentir, sempre, uma insegurança perante a tomada de decisões, pois a mãe é superprotetora e quer-nos sempre o mais perto possível dela. A mãe gosta de controlar as amizades, saber de todas as conversas, sentir-se a melhor amiga dos filhos, conhecer todos os seus passos. Quando os filhos vão para a universidade, o coração fica tão apertado que liga a toda a hora, continua a fazer as melhores comidas que eles levam em tacinhas, lava e passa a roupa e tudo isto é amor de mãe, mas dificulta o amadurecimento, a autonomia e independência, pois no fundo a mãe quer que os filhos não saiam do ninho e que eles sintam que irão sempre precisar dela (e os filhos precisam sempre do apoio e amparo de sua mãe). Desta forma, a mãe coloca no filho, inconscientemente, um sentimento de culpa quando este quer levantar voo, como se estivessem abandonar a sua mãe. O pai dá a segurança necessária e o impulso, para avançarem e retira esses sentimentos, de culpabilidade, que dificultam o  voo.

Vamos aproveitar esta reflexão e agradecer ao nosso pai por ser esse porto seguro na nossa vida e por nos dar o suporte e apoio que necessitamos para avançar, sem medo, na vida.