Paciência e misericórdia constituem uma vida virtuosa

É necessário exercitar em nós a paciência, uma bela virtude. Para Santo Agostinho, existem dois tipos de mártires: o que morre pela espada e o que vive pela paciência. Trata-se de uma virtude que mais admiramos nos outros e de que mais sentimos necessidade. Todos nós sofremos de impaciência. Humilde e discreta, a paciência nos leva para o céu e nos permite suportar com espírito positivo as contrariedades, os sofrimentos e as pessoas difíceis.

Ter paciência quer dizer saber sofrer, e não omitir-se das responsabilidades difíceis; abandonar-se no desânimo ou cruzar os braços, ou como diz o ditado popular: “paciência, não há nada mais a fazer”. O verdadeiro paciente é dinâmico, luta por um ideal, “desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo” (1Cor 13,7).

A paciência é irmã da mansidão. Jesus disse que os mansos possuirão a terra e serão felizes já neste mundo. São Paulo lembra aos gálatas: “Irmãos, no caso de alguém ser surpreendido numa falta, vós que sois espirituais, corrigi-o, em espírito de mansidão (mas não descuideis de ti mesmo, para não seres surpreendido, tu também, pela tentação)” (Gl 6,1).

É necessário ter misericórdia e caridade com nossos irmãos

Outra virtude maravilhosa é a misericórdia. Jesus é misericordioso. Não se trata de amor sentimentalista, filantropia instintiva, doçuras sem exigências ou permitir tudo com facilidade. Misericórdia é a essência mais profunda de Deus em nós; é amor, infinita ternura, perdão. É ter compaixão, bondade, fidelidade, gratuidade.

A misericórdia está nas boas obras; na caridade que socorre o necessitado. É o gesto concreto, é sair do comodismo e dos próprios interesses. Misericórdia é viver a miséria do outro como se fosse a nossa.

As virtudes divinas se completam, de certo modo, na paz. A paz interior é o paraíso dos homens. Sem ela somos errantes. Nossa identidade está na nossa paz, que também é pacificadora. Temos a necessidade de buscá-la, pois é o resultado da caridade vinda do amor que Deus tem por nós. “Felizes os que promovem a paz” (Mt 5,9). A paz deve ser cultivada constantemente.

 

Do seu amigo,

Wellington Silva Jardim
Cofundador da Comunidade Canção Nova

 

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