Márcia Ribas conta o que perdeu quando seu foco principal era emagrecer somente
O emocional conta muito no processo de emagrecimento. Eu me sentia frustrada por ter comido tanto, por não ter sido forte o suficiente para levar em frente a dieta. Enfim, sofria as consequências de não ter feito escolhas a meu favor no passado. Por outro lado, sofria também ao desejar ter o corpo perfeito no futuro, por meio de um milagre que me isentasse de toda e qualquer responsabilidade. Infelizmente, dessa forma, eu não vivia bem o presente, que era o essencial.
Só quando entendi a urgência de trabalhar a razão e a emoção no presente é que consegui encarar o processo de emagrecimento como um projeto de vida, com sentido de ser, com começo, meio e fim, no que diz respeito às atitudes e a forma de encarar a realidade, de colocar-me como protagonista, e não mais como vítima em minha própria história. Sem dúvida, o autoconhecimento foi a grande resposta para tudo. Embora não tenha sido fácil, foi o que me possibilitou entender um pouco mais a minha história, as minhas escolhas, as consequências atreladas a elas; e então ter discernimento para dar o próximo passo.
E a autoestima?
Autoestima significa qualidade de quem se valoriza, de quem se contenta com seu modo de ser e demonstra, consequentemente, confiança em seus atos e julgamentos. Eu não tinha clareza de quem realmente eu era na época, não tinha perspectiva para o futuro, não me questionava em relação à vida, não dava atenção para mim mesma. Assim, enfrentar um processo de emagrecimento eficaz era praticamente impossível, já que não tinha habilidade para cuidar de mim.
Eu me sentia fracassada, tinha vergonha do meu corpo e evitava o convívio social. Com a ajuda das pessoas, aos poucos percebi que era possível mudar, ser melhor, ser mais amorosa comigo. Foi um passo de cada vez, até eu me acostumar a colocar-me como uma pessoa importante nas situações e no dia a dia. Isso passou a ser uma prática.
É possível desenvolver um problema de saúde com tantas dietas?
Lembro-me, como se fosse hoje, do dia em que a endocrinologista me explicou que o fato de emagrecer e engordar várias vezes causa inúmeros malefícios para o corpo, como aumento da pressão arterial, insuficiência cardíaca, hipertensão, colesterol alto, enfraquecimento do sistema imunológico, entre outras coisas simples como pele ressecada, queda de cabelo, enfraquecimento das unhas, mau humor (porque faltam nutrientes importantes para o funcionamento do cérebro), insônia, mau hálito, dores de cabeça e desidratação. Fiquei de boca aberta! Sem contar que, a cada nova dieta frustrada, o desânimo e o descrédito aumenta muito! Ou seja, não é apenas uma questão de emagrecer e voltar a engordar simplesmente.
Existe dieta rápida e eficaz?
Dieta rápida existe, mas eficaz não. Geralmente, as dietas são restritivas, e todas as que eu fiz foram. Emagreci com todas, mas logo voltei a engordar, ainda mais pelo simples fato de não ser possível levar em frente uma alimentação que não contém todos os grupos de alimentos. Isso não prioriza a mudança de hábito alimentar, que significa aprender a comer adequadamente para o resto da vida.
A força de vontade é muito importante, porém, não está sozinha no processo de emagrecimento. É preciso ter clareza sobre o sentido do emagrecimento, trabalhar a autoestima para ver-se como uma pessoa valorosa, que merece todo cuidado e atenção. Além disso, é fundamental ter noção sobre o quadro de saúde e as consequências da obesidade, trabalhar seus valores e aprender a dizer não. São vários os fatores que precisam ser trabalhados juntos, para que o processo seja eficaz e para sempre.
Tenha um ótimo trabalho de descoberta!
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