O cardeal-patriarca de Lisboa disse que as comemorações dos 300 anos da qualificação patriarcal da Diocese de Lisboa vai ser assinalado com publicações sobre três séculos de história, concertos e o encerramento do Sínodo Diocesano.
Para D. Manuel Clemente, o encontro que “terá mais consistência na vida diocesana” será o encerramento do Sínodo Diocesano, que reunirá 137 delegados de 30 de novembro a 4 de dezembro, no Turcifal.
“O momento sinodal não vale por si. É o momento canónico de um caminho que começou em 2014, quando milhares de católicos da diocese de Lisboa em centenas de grupos foram refletindo os cinco capítulos da exortação ‘A Alegria do Evangelho’”, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa hoje em conferência de imprensa.
O “movimento sinodal” que a reflexão dos grupos originou e o “sentido missionário” que criou, “recuperando a velha legitimação do patriarcado”, são para D. Manuel Clemente os “dois frutos” principais do Sínodo Diocesano que decorreu em Lisboa nos últimos três anos, quase 400 anos após o anterior, realizado em 1640.
O Sínodo Diocesano envolveu mais de 20 mil pessoas que analisaram, em 1000 grupos, os cinco capítulos da exortação do Papa Francisco “A Alegria do Evangelho” e fizeram propostas para o documento de trabalho que vai ser debatido e votado na Assembleia Sinodal.
Os 300 anos da qualificação patriarcal da Diocese de Lisboa vão ser assinalados também com o musical “Partimos. Vamos. Somos”, nos dias 18 a 20 de novembro, encenado por Matilde Trocado, e Concertos no Teatro Nacional São Carlos, nos dias 24 e 25 de novembro.
A publicação das Cartas Pastorais dos Patriarcas de Lisboa, da histórias dos bispos anteriores a 1716 e a exposição sobre os três séculos do Patriarcado de Lisboa são iniciativas que evocam “a memória” da Igreja Católica em Lisboa.
As referências ao cristianismo na região de Lisboa remontam à viragem do século III para o século IV, sendo mais precisas no século VII a respeito da participação dos bispos de lisboetas nos vários concílios, desconhecendo-se o dinamismo católico durante o domínio muçulmano entre os séculos VIII e meados do século XII.
A reconquista e posterior expansão missionária marcou um novo dinamismo católico, em torno de congregações religiosas, escolas e centros culturais, que empreenderam, até ser elevada a metrópole eclesiástica em 1393, sendo seu primeiro arcebispo D. João Anes.
Em 1716, o papa Clemente XI concedeu a qualificação patriarcal à diocese de Lisboa, primeiro o título basílica patriarcal à capela real, ficando a antiga diocese dividida em duas até 1740, ano em que foi reunificada.
O título patriarcal dado a Lisboa apenas repartido com Veneza, tendo Lisboa 17 patriarcas na sua história, desde D. Tomás de Almeida a D. Manuel Clemente, sempre feitos cardeais no primeiro consistório a seguir à sua nomeação.
Fonte: Agência Ecclesia
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