O embrião deve ser defendido como ser humano, pois o aborto é contrário à lei moral
Vivemos em um mundo materialista, onde somente o visível e mensurável é real, um mundo onde a vida é compreendida somente do ponto de vista biológico. O homem não é nada mais que um amontoado de células vivas. Para este, sim, o embrião humano não é uma pessoa, mas para aqueles que entendem que a pessoa humana é muito mais que tecidos, órgãos e funções, o embrião humano é uma pessoa feita à imagem e semelhança de Deus.
Quando começa a vida humana?
Dependendo da resposta que dermos a essa pergunta, justificará a manipulação de embriões, sobretudo, no que toca à utilização das células-tronco embrionárias. Essa pergunta norteia e define o momento em que podemos dizer que o embrião humano é pessoa.
A genética esclarece que, desde o momento da fertilização, ou seja, da penetração do espermatozóide no óvulo, os dois gametas, a partir desse momento, formam uma nova entidade biológica, o zigoto. Constitui assim, uma nova vida individual, ou seja, independente da dos pais. Assim que esse evento acontece, dá-se início a uma cadeia de atividades que mostram com evidência que não se trata mais de dois sistemas agindo simultaneamente, mas de um somente, o zigoto. Esses dois gametas, diferentes entre si, diferentes das células somáticas dos pais, mas complementares entre si, uma vez unidos, ativam um novo projeto programa, pelo qual o recém-concebido fica determinado e individualizado. (SGRECCIA, Elio, p. 434-435).
Pelo fato de o embrião humano possuir características próprias e autônomas, tranquilamente podemos tirar conclusões acerca de seu valor ontológico. Não se trata mais do ser da mãe; agora, é um novo ser, possui personalidade humana, mesmo estando em desenvolvimento. O mais importante é perceber que se trata de um novo indivíduo humano.
A visão da Igreja e a lei moral
O Catecismo da Igreja Católica descreve que, desde a concepção, o embrião deve ser defendido como outro ser humano, e retrata que o aborto é contrário à lei moral. “Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido […]. Visto que deve ser tratado como uma pessoa desde a concepção, o embrião deverá ser defendido em sua integridade, cuidado e curado, na medida do possível, como qualquer outro ser humano”. (CIC 2271-2273).
O salmista descreve: “Ainda embrião, teus olhos me viram e tudo estava escrito no teu livro; meus dias estavam marcados antes que chegasse o primeiro”. (Sl 139,16). O salmista se expressa “ainda embrião, teus olhos me viram”. O salmista não diz depois de adulto teus olhos me viram e sim ainda embrião. Eu e você que agora lê este artigo, antes de sermos adultos, fomos um embrião, ou seja, houve antes o encontro do espermatozóide do nosso pai com o óvulo de nossa mãe. A partir desse momento, começamos a existir. Todas as pessoas, mesmo aquelas que nasceram mediante a fecundação artificial, existem a partir da fecundação. Como podemos dizer que não é pessoa a partir da fecundação?
Uma coisa impressionante, na verdade, absurda. Após 24h, a fecundação in vitro, isto é, a fecundação que acontece fora do útero da mulher, a ciência consegue dizer para os pais se aquele embrião é homem ou mulher, inclusive escolher a cor dos olhos. Vale uma pergunta: Como é que eles pedem para os pais escolherem o sexo do bebê, isso com 24h de fecundação, e afirmarem que ainda não é uma pessoa? Se não é uma pessoa, como pode ser escolhido o sexo?
Diz a instrução Doum Vitae que “o fruto da geração humana, desde o primeiro momento da sua existência, isto é, a partir da constituição do zigoto, exige o respeito incondicional, que é moralmente devido ao ser humano na sua totalidade corporal e espiritual. O ser humano deve ser respeitado e tratado como pessoa desde o momento da concepção e, portanto, a partir daquele momento, ele deve reconhecer os direitos da pessoa, principalmente o direito inviolável de cada ser humano inocente”. (Donum Vitae).
Esses argumentos tirados de alguns documentos da Igreja Católica, com base científica e filosófica, dão solidez para que possamos afirmar: o embrião humano é uma pessoa humana, por isso mesmo merece respeito como qualquer outra.
A vida, dom de Deus, deve ser respeitada e cuidada por toda a humanidade.
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