O direito à paternidade de Deus sobre nós

A história de Jesus representa até onde Ele vai por você. Deus sabe o que faz com o seu pior. Sua tristeza cabe n’Ele, tem valor para Ele. É assim que Ele o quer assumindo as culpas, reconhecendo quem é, permitindo-se ser aquilo que Ele quer e, diante disso, ficar um minuto, um instante, um momento qualquer diante d’Ele.

Se você entregar sua fraqueza, sua incapacidade, seu choro, seu riso, sua força, seu corpo, sua mente e solidão para Deus, Ele saberá o que fazer. Ele lidará com suas fraquezas não como um emaranhado de coisas, mas com todo esse conjunto que faz parte de você: fraqueza e força, medo e coragem, antagonismos presentes na alma humana.

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Provavelmente, Deus não transformará seu choro em riso nem sua fraqueza em força, mas Ele saberá o que fazer com tudo isso. É no processo de rendição do homem que Deus tem enorme interesse. Não lhe cabe meias medidas. Deus não quer o que você tem de melhor para colocar a Seu serviço, Ele não quer sua oração de 12 minutos antes de dormir, não quer sua alegria, não quer só fraqueza, dor nem solidão. Ele quer você e todo o “pacote” que você carrega.

O que percebo é que Ele tem grande interesse no que temos de pior, pois Ele sabe usar, acolher esse nosso lado. Como disse, Ele não transformará uma coisa em outra, o milagre na verdade não é fazer de um fraco forte, isso ocorre nas academias. O milagre consiste em usar de um fraco para conceder força para os que precisam, é, diante de uma cruz, de um homem chagado, pregado, que muitos se entregam, pedem forças para alguém desfigurado. No nosso caso, diferente de Jesus, que surge fraco pelo que fizeram com ele, é o pecado que no desfigura; a raiva, o ódio e o orgulho são sinais de fraqueza. O perdão de Deus, sua ação em um homem orgulhoso e prepotente é sinal de força em nós.

 

Deus não nos abandona

A rendição acontece quando o homem entrega aquilo que tem de miséria para Deus e sabe reconhecer que ninguém é bom o suficiente para impressioná-Lo. Deus se interessa por nossa dor, Ele é o único presente na solidão. Ele coleciona nossas lágrimas e as devolve para podermos contar a nossa vitória. Ele se interessa pelo mais fraco, Ele volta para buscar aquele que se desgarra.

Sabemos que não nascemos com vocação para ser infeliz. Quando o filho pródigo decide voltar, ele reconhece que precisa do pai. Ele retorna para o coração do pai, demonstra fraqueza, apresenta arrependimento e o pai o acolhe com felicidade. Quando o filho se rende, o Pai exerce sua paternidade sobre nós sem barreiras, permitindo a Deus que exerça isso sobre nós, enquanto acreditamos que conseguimos sozinhos. Ele fica de braços em posição como o de um pai quando está ensinando o filho a andar.

Dar a Deus o direito a paternidade sobre nós consiste em nos rendermos, aceitando quem somos e deixando Deus usar daquilo que em mais nenhum outro lugar teria sentido.

 

Fonte:  Cancaonova.com