O Amor é sempre paciente e acolhedor

O convite ao júbilo e à alegria, próprio deste domingo da Quaresma, coincide com a afirmação do acolhimento que Jesus dispensa aos pecadores e publicamos, que suscita nos fariseus e escribas uma atitude de desdém. Jesus vem como médico para os que estão doentes, vem chamar os pecadores à conversão. É Ele que, com a sua palavra, convida a regressar a casa e a recuperar a consciência de filhos. O Pai está sempre lá, esperando ansiosamente o regresso do filho, que se afigura como um recomeço, uma total renovação. O caminho da conversão quaresmal, favorecido pela penitência, conduz à misericórdia do Pai que quer renovar cada pessoa que d’Ele se aproxima, garantindo-lhe a pureza de coração e a alegria da salvação.

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1ª Leitura: Livro de Josué 5, 9a.10-12  — Tendo entrado na terra prometida, o povo de Deus celebra a Páscoa.
Mais um passo na história da salvação nos é apresentado na primeira leitura deste Quarto Domingo: depois da travessia do deserto, guiado por Moisés, o povo de Deus entra na Terra Prometida e celebra a Páscoa. É também esta a perspectiva do tempo litúrgico em que nós entrámos: depois dos 40 dias do deserto quaresmal, celebraremos o mistério da Páscoa, na Terra Santa da Igreja de Cristo. O maná, a comida do deserto, cessou de cair, quando o povo de Deus chegou à Terra Prometida, e lá pôde, finalmente, alimentar-se dos frutos daquela nova Terra. Também a Igreja, depois do jejum da Quaresma, comerá da Ceia do Senhor, na Eucaristia da Páscoa. Não se trata apenas de uma comparação, mas de um mistério que todos os anos se renova no meio de nós.

Salmo 33(34) – Saboreai e vede como o Senhor é bom.

2ª Leitura: Segunda Epístola de São Paulo aos Coríntios 5, 17-21 — “Por Cristo, Deus reconciliou-nos consigo”
A Páscoa celebra o mistério da aliança que Deus fez com os homens, e, porque o homem é pecador, esse mistério é também de reconciliação. Pelo sacrifício de Jesus Cristo, todos os homens são tornados nova criação, uma vez que são reconciliados com Deus, que é o Criador de todas as coisas. Este Mistério de reconciliação, realizado, de uma vez para sempre, por Cristo, é-nos agora acessível através da Igreja. A nós pertence, pois, aceitá-lo e deixar-nos reconciliar, cada um de nós, com Deus, por Cristo, por meio da Igreja. O Sacramento da Penitência é o sinal sagrado desta reconciliação. Por meio dele seremos, na Páscoa, novas criaturas.

Evangelho: São Lucas 15, 1-3.11-32 — “Este teu irmão estava morto e voltou à vida”
Na parábola do filho pródigo está expresso todo o itinerário do pecador, que, pela penitência, regressa à comunhão com Deus. Da morte à vida; é precisamente este o movimento de todo o Mistério Pascal. A parábola põe em relevo sobretudo o amor, paciente e sempre acolhedor, do Pai, de Deus nosso Pai. Por isso, a esta parábola melhor se poderia chamar a parábola do Pai misericordioso.