No trabalho, você reclama e conversa?

O exagero e a falta de bom senso são caracterizados como negativos no ambiente de trabalho


“Com organização e tempo, acha-se o segredo para se fazer tudo bem feito”. Essa frase do gênio da matemática Pitágoras nos faz refletir sobre hábitos errados que costumamos ter em nosso cotidiano.

Você já parou para pensar quanto tempo perde conversando ou murmurando no seu local de trabalho?

Falta de tempo
Um dos dramas do nosso século é a falta de tempo. Nem sempre conseguimos cumprir as metas e os compromissos dentro dos horários; vivemos atrasados e apressados. Parece que nunca estamos por inteiro nas coisas. Eu estou em casa pensando no trabalho, estou no trabalho e me distraio com o celular.

Reclamar virou padrão para dar início a uma conversa. Um pretexto para “puxar um papo” é falar do calor, da chuva ou da falta dela. Acabou o assunto, e lá estamos nós novamente em alguma crítica. O costume parece contagiar todos ao redor, pois basta um falar para a maioria aderir ao coro. A negatividade e o descontentamento ficam impregnados naquele espaço que deveria ser de otimismo, alegria e criatividade.

Entenda que não há nada de errado em conversar com colegas de trabalho, pelo contrário, são necessárias e sadias a convivência e a partilha. O exagero e a falta de bom senso são caracterizados como negativos.

Válvula de escape
Há pessoas das quais fugimos, pois são como areias movediças nos puxando, puxando, e da qual não conseguimos sair. Falam tanto e de forma ininterrupta, que nos deixam sem ar. Quando as vemos, nós as evitamos, entramos no banheiro mais próximo para impedir um simples “oi”, que certamente virá acompanhado do despejo de palavras. É preciso ter mais autocrítica e percepção para entender que o outro não deve ser nossa válvula de escape, ainda mais em horários que prejudicam o rendimento no trabalho.

O silêncio incomoda. Vivemos numa época em que a verborragia, o uso excessivo de palavras “sem dizer nada de grande importância” são constantes; embora, em determinadas horas, sejam necessárias. No entanto, é preciso calar para exercitar a sensibilidade, olhar nos olhos das pessoas, sorrir com mais frequência e colocar-se no lugar dos colegas nas situações. A comunicação se faz com o que é dito e também com o que é observado.

Ioná Piva
Atualmente é professora da Faculdade Canção Nova (Jornalismo e Rádio e Televisão). Mestre  em Comunicação Social pela  linha de pesquisa  Inovações Tecnológicas na Comunicação Contemporânea