Estamos no 10º domingo do tempo comum! Vejamos o que a Liturgia da Palavra nos ensina:
1ª LEITURA: Livro do Génesis 3, 9-15
Na carta encíclica Laudato si, o Papa Francisco afirma que a “ecologia integral exige que se dedique algum tempo para recuperar a harmonia serena com a criação, refletir sobre o nosso estilo de vida e os nossos ideais, contemplar o Criador, que vive entre nós e naquilo que nos rodeia”. O relato bíblico do livro do Génesis apresenta-nos a vergonha que experimentaram Adão e Eva por terem desobedecido a Deus, quebrando a harmonia da criação e ficando mal consigo mesmos, sentindo-se nus. Não é verdade que tudo o que é egoísmo, pecado, desamor, para além de ofender Deus e o próximo, também nos prejudica a nós mesmos, fazendo-nos sentir como estrangeiros no país da nossa própria identidade?
2ª LEITURA: Segunda Epístola de São Paulo aos Coríntios 4, 13-5, 1
São Paulo exorta-nos a viver o tempo que passa com a dimensão de eternidade, do que fica para sempre. Assim, perante as provações e dificuldades que experimenta, confessa com grande transparência e otimismo: “Não desanimamos. Ainda que em nós o homem exterior se vá arruinando, o homem interior vai-se renovando de dia para dia. Porque a ligeira aflição dum momento prepara-nos, para além de toda e qualquer medida, um peso eterno de glória”. Por vezes, sonhamos com o céu na terra, com um mundo feito de facilidades, sem contratempos nem sofrimentos. Quando acordamos destes sonhos, confrontamo-nos com a dureza da vida. Felizmente a nossa fé abre-nos os olhos para o mundo da graça salvadora de Cristo, tão misteriosa quanto real e eficaz.
EVANGELHO: São Marcos 3, 20-35
No Evangelho encontramos Jesus no meio de um turbilhão de polémicas. Seus parentes puseram-se a caminho para o deter, pois acham que “está fora de si”. Conheceram em Nazaré um jovem e um homem exemplar na normalidade da vida quotidiana e agora chegam-lhes notícias de rarezas de alguém que se faz Deus. Pensam ter o dever de o chamar à razão da sensatez. Os conceituados escribas vêm oficialmente de Jerusalém para lhe pedir contas do que faz, ao libertar os que estão sob o domínio de Satanás, e desferem-lhe uma acusação grave: “Está possesso de Belzebu, e é pelo chefe dos demónios que ele expulsa os demónios”. Isto aconteceu a Jesus, perfeito Deus e perfeito homem. Não é verdade que devemos aprender a ser compreensivos com as incompreensões, a aceitar com paz que nem sempre sejamos bem interpretados quanto ao que dizemos ou fazemos?
Contemplemos ainda o domingo do Senhor com o Salmo 129 (130) – No Senhor está a misericórdia e abundante redenção.
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