Deus permitiu que Adão fizesse a escolha. O próprio homem disse: “Não, aqui nada me serve, eu quero algo semelhante a mim”. Foi quando Deus lhe deu um profundo sono e criou algo semelhante, humano, que raciocinava. Tudo era do homem, mas ele se sentia só e não era completo, por isso pediu não um pedaço de carne para ter relação sexual, mas sim algo mais profundo. É essa profundidade que devemos sentir na Palavra de Deus, para não pensarmos que Deus fez a mulher apenas para multiplicar a espécie humana na terra.
Amor, plena realização. O homem não deve ficar só. Ele precisa de um complemento. A união é um desejo real e essencial para o ser humano que deve ser fundamentado no amor; significa participação, aperfeiçoamento do próprio ser. Todos nós nascemos de um barro duro, e é no relacionamento com um(a) companheiro(a) que somos lapidados e aperfeiçoados.
Ninguém nasceu pronto, completo. Todavia, temos que ser participativos e abertos para esta experiência. Se o homem tem a tarefa de se realizar, de crescer, de se aperfeiçoar, nunca conseguirá isso se ficar no isolamento. Adquirimos valores e enriquecimento por meio de nossos relacionamentos, e se não nos relacionarmos, não ocorrerá crescimento, e viveremos isolados.
A dedicação ao relacionamento
Mas Deus vem “avisar-nos” que se não nos relacionarmos com o outro, seremos mais pobres. Assim, devemos mostrar nossos valores para o outro e receber a revelação dele. É isso que Deus nos fala: que unirá o homem e a mulher; cada um largará tudo para se unir à pessoa amada e somar valores.
Tanto as pequenas como as grandes ações devem ser valorizadas e celebradas na vida a dois. Isso é amor. Cativaremos o outro quando reconhecermos seus valores. Mas se nos importarmos mais com a paixão ou o sexo, considerando-os como os mais importantes, então há algo de errado.
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Quando o casal se dedica à união, mas rompe a união harmônica com Deus, o relacionamento tende a desandar. Às vezes, uma pessoa deseja muito se casar com outra e reza desesperadamente: “Meu Deus, me dê fulano de tal… É dele(a) que preciso”. O relacionamento se inicia, mas, geralmente, assim que o desejo é realizado, esquece-se de Deus. Então, o relacionamento que era harmônico, tranquilo, gostoso, acaba, uma vez que a naturalidade e a espontaneidade foram perdidas. Desse modo, quando o casal perde o relacionamento com Deus, a naturalidade e a espontaneidade entre o casal se perde; cada um se sente exposto, vulnerável, inseguro, ameaçado no seu valor pessoal.
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Hoje, o inimigo de Deus aponta a arma justamente para os casais. Quantos casais neste momento choram? Em quantos casais, por exemplo, o marido faz hora na rua para chegar tarde em casa e acordar bem cedo no dia seguinte, porque perdeu o sentido da vida a dois? Quantas mulheres arrumam dois ou três empregos, trabalhando dia e noite e nos finais de semana, porque perderam o valor da vida a dois?
Deus não nos quer só
Meu Deus, faz que todos nós e aqueles com o coração ainda fechado para isso enxerguemos, que a Tua misericórdia habite em nós para que possamos enxergar e nos enriquecer com os valores do outro, que é um presente de Deus. O marido e a esposa são um presente que desejamos e que Deus nos deu. Por isso Ele disse: “Deixa pai, mãe, tudo, e venha se unir com aquele que você pediu”.
No relacionamento a dois, precisamos olhar para o outro assim, como se estivesse em construção. Quando uma obra está sendo estruturada, não conseguimos imaginá-la concluída, mesmo por meio do projeto ou representação gráfica. Apenas perceberemos a beleza e a contemplaremos quando tudo estiver pronto.
Para um bom relacionamento com o outro e com a família, precisamos ser sinceros, honestos, e nunca mentir ou dissimular diante do outro. São Paulo disse aos efésios: “Tendo vós todos rompido com a mentira, que cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Podeis irar-vos, contanto que não pequeis. Não se ponha o sol sobre vossa ira, e não deis nenhuma chance ao diabo” (Ef 4,25-28). Se o casal seguir essas orientações de São Paulo, o lar será de Deus e todos serão felizes.
Do seu amigo,
Wellington Silva Jardim
Cofundador da Comunidade Canção Nova
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