Não devemos deixar ninguém de fora, muito menos para trás, afirmou gestor da estratégia de apoio às pessoas sem-abrigo

Henrique Joaquim incentiva voluntários e profissionais a ajudar, com segurança, e pede à Ordem dos Médicos profissionais para apoiar as equipas

O gestor nacional da estratégia de apoio às pessoas sem-abrigo afirmou hoje que o desafio quanto ao Covid-19 é “protegendo a todos, proteger também” quem está na rua, com “toda a informação disponível”, e adiantou que já existem soluções de abrigo.

“O desafio é que elas sejam protegidas uma vez que não têm a casa tendo a informação que em caso de terem algum sintoma, de terem algum problema, possam pedir ajuda e lhes seja facultada tão rápido quanto possível, como a qualquer outro cidadão”, disse Henrique Joaquim.

O responsável  assinala que é preciso salvaguardar o contacto dentro das medidas que as autoridades de saúde estão a preconizar, mas “não deixando de fazer esse contacto”.

“Não devemos deixar ninguém de fora, nem muito menos deixar ninguém para trás”, realçou, frisando que a necessidade de continuar a manter o apoio às pessoas em situação de sem-abrigo, como se está a tentar “encontrar medidas para outros grupos alvo”.

Henrique Joaquim adianta que estão a encontrar soluções “principalmente nas grandes cidades”, como Lisboa, Porto e Almada, “estão a surgir opções de alguns espaços quer para acolher estas pessoas, quer para futuros enquadramentos em tratamento”, caso venham a necessitar disso.

Neste contexto, indica que as Santas da Misericórdia de Lisboa e do Porto já disponibilizaram camas, a Câmara de Lisboa tem, “praticamente, preparado uma infraestrutura desportiva”, e o Município de Almada também “tem reservado um espaço com camas”.

Segundo o gestor da estratégia de apoio às pessoas sem-abrigo de Portugal “tem sido um desafio manter” o apoio a estas pessoas, algumas associações/organização “estão com bastante dificuldade”, por isso, apela a que se ajude, com “consciência dos procedimentos” de segurança que são necessários.

Henrique Joaquim pede à Ordem dos Médicos que indique médicos que “voluntariamente e localmente apoiem as equipa”, considerando que “é possível” prestar o apoio às pessoas em situação de sem-abrigo “com condições de segurança”.

“Temos de cuidar do próximo mantendo as nossas restrições sociais, aquele que é o próximo mais vulnerável que temos e esses próximos mais vulneráveis são as pessoas em situação sem-abrigo; Esse contacto pode e deve ser mantido com estas pessoas para que não quebremos os laços, não quebremos a comunicação que já de si era difícil”, desenvolveu.

O gestor nacional da estratégia de apoio às pessoas sem-abrigo assinala que mantendo a distância, “pelo menos um metro a dois na rua”, é possível criar “estratégias de contacto mínimo” com as pessoas, “pelo menos um contacto oral e visual”, passando a informação, perguntando-lhes se têm algum sintoma e em caso positivo “imediatamente sinalizar ou encaminhar para uma autoridade de saúde”.

O número de infetados pelo novo coronavírus em Portugal subiu para 331, anunciou a Direção-Geral da Saúde esta segunda-feira, dia em que comunicou a primeira morte no país pelo Covid-19.

Fonte: Agência Ecclesia