Namoro: cinco valores de ouro para vivê-lo bem

Em algum momento de nossa vida, descobrimo-nos cativados por uma pessoa em especial. Podemos afirmar que nada se compara à presença desse alguém, e nosso carinho se fortalece à medida que somos correspondidos nas atenções e nos detalhes que, mutuamente, procuramos no parceiro. Lamentavelmente, poucos são os casais que puderam servir de modelo para ilustrar como o namoro deve ser vivido.

Os mais nobres sentimentos parecem estar submetidos a encontros casuais, ao prazer sensual, à rendição do nosso juízo e à vontade e exigência da outra pessoa. Talvez a modernidade proponha uma vida sem compromissos, onde, afinal de contas, o importante é passar bons momentos.

Namoro é sinônimo de correspondência e afinidade
Namoro é sinônimo de correspondência e afinidade, mas afinidade em quê? Primeiramente, em valores, sentimentos, interesses, gostos e afeições. Isso é o importante! A atração física e a diversão são os elementos decorativos de uma relação profunda, mas nunca o motivo da união e da entrega absoluta.

Se desejamos que o namoro seja um meio para o desenvolvimento individual e o crescimento como parceiros, é necessário pôr em prática alguns valores necessários e importantes para obter esse objetivo:

Respeito
Sempre se fala em respeitar ideias, gostos, hábitos e costumes, mas isso não significa estar de acordo com tudo ou permanecer indiferente. O correto será ajudar-se mutuamente a corrigi-los. Recordemos que, quando existe um interesse e carinho autênticos, sempre se buscará o bem da outra pessoa.

O respeito entre o casal também deve ser vivido nas manifestações de carinho: carícias, abraços, beijos e palavras. Como saber que estamos atuando corretamente? Alguém dizia a uma jovem: “Quando estiver só com seu namorado, comporte-se da mesma forma que estivesse diante de seus pais; assim, não se equivocarão nem cometerão alguma imprudência”.

Com nosso digno comportamento, também demonstramos respeito por nossos pais, a família e todos os princípios morais recebidos em casa, na escola e na religião.

Decência
No namoro, é sempre necessário evitar tudo aquilo que seja provocativo: roupas, posturas, carícias, palavras e até alguns tipos de festa. Esses são recursos que as pessoas utilizam para aproveitar da situação, e o que elas buscam são relações passageiras. Se deseja que o levem a sério e o apreciem verdadeiramente, é preciso evitar esses recursos; assim, não dará a impressão de ser uma pessoa fácil. Também é conveniente ter um horário adequado para sair, pois sempre haverá murmurações a respeito desses casais.

Depois de tudo, qualquer pessoa prefere começar uma relação séria com alguém que viva esse valor, pois não existe nada em sua conduta que seja reprovável, nem rumores nem calúnias, somente comentários positivos. O comportamento decente garante sua boa fama.

Santa diversão
Um dos maiores perigos que existem nos namoros é a busca constante de novas diversões. O mais difícil é encontrar atividades que nos permitam viver os valores e conduzir-nos com respeito.

A ociosidade e a falta de prudência entre os casais constituem a causa de todos os desacertos que se cometem. Por isso, ajuda muito a presença em lugares públicos com adequada iluminação, participar de atividades em conjunto, conversar em casa ou ver filmes com as portas abertas; além disso, certificar-se de que alguma pessoa se encontra no lugar, ter algum hobby: esportes, música, pintura, coleções; utilizar o carro para transportar-se e não como refúgio para ter certa intimidade.

Convém recordar que os lugares e as atividades onde circulam o álcool e as drogas ou prevalece um ambiente sensual diminui nossa capacidade de autodomínio; portanto, não devem ser considerados como a melhor opção para se divertir.

Autoestima
Aparentemente, a autoestima é um valor egoísta, onde proteger nosso eu íntimo é o mais importante para não sair lastimado.

Na realidade, a autoestima nos permite descobrir tudo de bom que temos (qualidades, habilidades, hábitos), assim como nossos defeitos. Isso nos permite desenvolver nossas qualidades e buscar a melhor forma de superar nossas falhas. O conhecimento de si próprio nos brinda segurança e confiança, tomando consciência do valor que temos como pessoa.

Quando a autoestima está bem fundamentada, aprende-se a aceitar os conselhos e críticas para melhorar nossa pessoa: modos, vocabulário, forma de vestir, disposição ao trabalho ou ao estudo, relação familiar etc. Mas também nos ajuda a defender nossos princípios morais, rechaçar a manipulação de nossas ideias e sentimentos para ceder aos caprichos de outra pessoa, seja mudando nossa conduta, nossas crenças, amizades ou dar nosso corpo por medo de perder esse carinho.

Apesar de nossos sentimentos, a autoestima nos permite abandonar uma relação que não prospera pelas discussões, a falta de entendimento e de respeito, o que, definitivamente, nos impede de nos comportarmos com dignidade.

Compromisso
Compromisso no namoro? Isso sim que é novidade! Ainda que pareça exagerado e fora de contexto, não deveria nos estranhar falando desse valor se o consideramos como elemento indispensável para desenvolver nossa personalidade.

A formalidade em nossa conduta nos leva a cumprir o melhor possível os compromissos adquiridos, isto é, corresponder à confiança depositada, demonstrar que nossa palavra empenhada vale tanto o mais que um contrato escrito, viver a sinceridade evitando a mentira e a dupla personalidade, discretos para não revelar as confidências recebidas. O mesmo que em um trabalho profissional, com os amigos ou em família. Esse é o primeiro compromisso que temos: sermos honestos com nós mesmos para podermos cumprir integramente com os demais.

Em todas as relações humanas, faz falta comportar-se com maturidade e seriedade. O namoro não é uma relação de segunda categoria por ser uma “relação informal”. Saber isso significa evitar jogar com os sentimentos da outra pessoa, enganar várias pessoas de uma vez ou buscar a companhia delas para quando não haja algo melhor para fazer.

De alguma maneira, ao viver o melhor possível nosso namoro, estamos nos preparando para adquirir maiores compromissos, como pode ser o matrimônio. O certo é que a falta de compromisso em qualquer atividade ou relação termina por nos levar à superficialidade, à apatia e ao engano. É possível confiar em alguém assim? Isso não quer dizer que, ao ter um parceiro, devemos permanecer atados indefinidamente. Trata-se de pôr em ordem nossos interesses e planos, nossas atividades e nossos sentimentos, para encontrar o momento justo e a pessoa adequada para empreender uma relação. Comportar-se desse modo dá-nos personalidade, maturidade e qualidade humana.

Devolver o encanto ao namoro é algo mais que ver a ‘vida cor-de-rosa’, é recuperar o respeito e a dignidade de homens e mulheres, convertendo-se em pessoas com a capacidade de formar uma família que vive e transmite valores humanos à sociedade.

Sandro Arquejada
Missionário da Comunidade Canção Nova, Sandro Arquejada é formado em Administração de Empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente, trabalha na Editora Canção Nova. Autor de livros pela Editora Canção Nova, ele já publicou três obras: “Maria, humana como nós”; “As cinco fases do namoro”; e “Terço dos Homens e a grande missão masculina”.