Seja curado por seu relacionamento e não destruído por ele
Quem ama de verdade quer compromisso, e para isso existe o namoro, um tempo de conhecimento, identificação de ideias e troca de afetos, para assumir com a pessoa amada um sacramento para toda vida.
Ultimamente, temos presenciado uma liberalidade e relativização de muitos conceitos de moral e ética que deturparam a mentalidade, principalmente dos jovens na área afetiva e sexual. Os namoros são desregrados e sem o sentido do amor verdadeiro. Tudo é válido pela busca do próprio prazer.
Surgiu, então, o “ficar”! Comportamento de quem namora sem assumir a essência de um relacionamento: o compromisso.
Por que, então, não se deixar levar por essa onda? Primeiramente, porque essa prática é contrária aos princípios cristãos e ao sentido pleno da existência humana. Fomos criados para amar e não para viver o egoísmo.
As pessoas aprendem a qualificar as outras por padrões pré-fixados, seja pela mídia, por modismos ou status. Beleza física, condição social, influência que a pessoa possui etc. Isso os faz parar nas primeiras impressões a respeito dos outros. Não existe a amizade, só o interesse de um tempo que o faz olhar somente para o exterior dos outros, como se fossem um produto. Deixa de existir a oportunidade de um casal aprender a se amar pelas diferenças, pelos erros e pela capacidade de perdão. Também não há espaço para mostrar feridas e defeitos, pois o que conta é o que o outro aparenta de melhor.
Outro ponto é quando os padrões saem da concepção própria e são influenciados pela opinião dos amigos. Um exemplo, é deixar de estar com alguém que se está aprendendo a amar pela não aceitação do seu círculo de amizades. Ou então, querer “ficar” com alguém popular ou com o maior número de parceiros, para causar boa impressão no grupo. Isso também não é positivo.
Há também a dimensão do orgulho e da vaidade. Os dons e qualidades de um ser humano são colocados à disposição da sensualidade e da sedução.
O que a Palavra de Deus ensina sobre isso?
Na Palavra de Deus, podemos também encontrar argumentos contrários à prática do “ficar”. O Livro da Sabedoria, no capítulo 1, versículo 16, começa a narrar o pensamento do ímpio e se estende até o capítulo 2, onde, no versículo 6, diz assim: “Agora, portanto, gozemos dos bens presentes e aproveitemos das criaturas com ânsia juvenil”.
Quem tem o anseio de santidade e de um dia constituir uma família não pode pensar nem agir como os ímpios. “Ficar” é moldar-se a não assumir compromissos.
Se você pretende viver a sua dimensão afetiva da melhor forma possível, ou melhor, se você quer colocar intensidade na natureza do seu coração, não tenha iniciativas de olhar o outro como um mar que deságua rios de egoísmo, mas sim viver tudo o que o amor tem a lhe oferecer.
Amar é simples no ser, mas requintado no servir, porque é para alguém que faz parte da sua existência. Namore, conheça, encare a outra pessoa como um mistério a ser desvendado, aprofunde a amizade e seja parte da vida dela. Em pouco tempo, você estará participando da sua confiança. Tenha sentimentos puros, acredite na pessoa, ajude-a a se descobrir nas mais belas aventuras dentro dela mesma, viaje por caminhos do seu interior, no qual sempre estiveram abertas as estradas, mas das quais nunca foram contempladas as belezas. Direcione sua afetividade, a capacidade de amar que há em você, para onde vale realmente a pena investir.
Seja curado por seu relacionamento e não destruído por ele. Não aceite ser vítima de si mesmo, por não corresponder a toda força do amor que existe em você. Não seja um refém da imposição que este mundo nos submete, ensinando o que é errado como se fosse uma virtude.
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