Missas de domingo acentuam que, apesar da pandemia, o cristão “nunca está órfão”

Intervenções dos bispos diocesano, duas semanas antes do regresso das celebrações comunitárias

A Liturgia da Igreja Católica celebrou hoje o VI Domingo da Páscoa, assinalando também o encerramento da Semana da Vida, em Portugal, com reflexões sobre as fragilidades atuais

O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, disse, este domingo, na homilia da Eucaristia que os problemas “são imensos” mas “Jesus Cristo “não deixa as pessoas órfãs”.

Apesar de “não seu fácil encarar o futuro” e de “não se saber o que nos espera”, os cristãos têm a certeza “que Jesus Cristo não nos abandona”, referiu na homilia deste domingo transmitida pela rede social Facebook.

“Não somos pessoas perdidas e abandonadas” à sorte porque os cristãos “têm um Pai que garante” que os cristãos “vão ultrapassar esta crise”, disse D. Jorge Ortiga.

Este domingo “é uma oportunidade para avivar a fé” porque, realça o Arcebispo de Braga, “não estamos perdidos”.

“Na escuridão” pode-se escrutinar “muita serenidade e vontade de viver com maior alegria”

Neste domingo encerra-se a Semana da Vida que “deixou uma certeza, a fragilidade humaniza a vida”.

As fragilidades que acompanham os cristãos “são muitas”, mas importa que estes sejam capazes de aproveitar estes momentos.

A fragilidade quando “abraçada enriquece” e torna as pessoas “mais disponíveis” para compreender tudo”, sublinha D. Jorge Ortiga.

O bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, disse, na sua homilia que Jesus preocupou-se em deixar “um estilo de vida que devia ser assumido por todos” e não um “livro com normas”.

Na Eucaristia, celebrada no Paço Episcopal de Faro e transmitida pelo Facebook, D. Manuel Quintas realça que o amor “está para além de todas as leis” e “não se pode legislar sobre ele”.

A ação missionária exige “desinstalação e despreendimento”, frisou, na homilia, o bispo do Algarve

“Ser cristão é ser missionário e estar sempre em missão” porque a “fé ilumina a esperança”, disse D. Manuel Quintas.

Mesmo com os “medos que agora estão presentes”, o bispo do Algarve acrescenta que “Cristo está sempre” com as pessoas.

O bispo do Funchal, D. Nuno Brás, disse, que é fundamental “fazer a apologia da esperança” mesmo neste tempo de pandemia.

“A esperança é possível se conduzir a uma meta e se esta for seguramente alcançável e suficientemente valiosa”, referiu D. Nuno Brás na celebração transmitida pela rede social Facebook e RTP-Madeira.

“Há um tesouro escondido” que aguarda os cristãos, realçou o bispo do Funchal (arquipélago da Madeira).

Mesmo nos tempos de pandemia e medo, D. Nuno Brás pede aos cristãos que “não deixem de viver esta esperança”.

“Hoje é necessário viver a esperança” alertou o bispo do Funchal.

Ao recordar o centenário do nascimento do Papa João Paulo II (18 de maio de 2020), o prelado do Funchal sublinhou as palavras do Papa polaco: “Não tenhais medo de acolher Cristo” e “de aceitar o seu poder”.

Apesar do “sentimento de insegurança”, o homem “não deve ter medo” das dúvidas atuais.

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente recordou hoje que “muitos cristãos”, para terem uma Bíblia, “arriscam a vida”

“Há muitos cristãos hoje, como houve sempre, que arriscam muito a vida” referiu D. Manuel Clemente este domingo, durante a Missa transmitida em direto pela TVI desde a igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações.

O cardeal-patriarca de Lisboa referia a defesa da fé mesmo em “ambientes hostis” e, lembrando Pedro e as primeiras comunidades cristãs, afirmou que se “deve estar” no mundo com a “serenidade de quem está convicto da verdade que transporta”.

“Neste momento, em que estamos aqui a celebrar, e estamos chegar a vossas casas, há muitos cristãos e cristãs que arriscam a vida para celebrar esta Páscoa mesmo à distância”, disse D. Manuel Clemente.

Às vezes para terem uma Bíblia ou um Novo Testamento, há muitos cristãos hoje, como houve sempre, que arriscam muito a vida.”
Para todas as comunidades cristãs, vítimas diretas ou não de perseguição, importa a esperança que, disse ainda D. Manuel Clemente, “vem de Deus e é infundida em nós como a caridade, a fé, o Espírito Santo, e isso sustenta-nos mesmo no meio das adversidades”.

O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, disse na homilia, deste domingo, que quem “tem fé em Jesus cristo nunca está só” porque na “fé se encontra a força e fortaleza”.

Na celebração do VI Domingo da Páscoa, o cardeal realçou que as “palavras de conforto transmitidas por Jesus Cristo” são, nos tempos que correm, uma forma de incentivo e de coragem.

“Cristão que tem fé não se deixa abater, mesmo quando se reconhece como pecador”, referiu o Bispo de Leiria-Fátima na celebração transmitida online.

“Onde chega o Evangelho chega a alegria”, mesmo que se vivam tempos agrestes.

Quando se vive uma semana dedicada à encíclica «Laudato Si» (do Papa Francisco) que está a comemorar cinco anos, D. António Marto sublinha que a “natureza é a nossa casa” e “vivemos dependentes do ambiente”.

O surto da pandemia está “interligado” com o ambiente e Covid-19 teve “consequências nos variados aspetos da vida pessoal, familiar, escolar, social e económica”.

“Todos devemos sentir-nos responsáveis pela casa comum”, acentuou o bispo de Leiria-Fátima.

O bispo de Angra (Açores) enviou uma mensagem para os devotos do Senhor Santo Cristo dos Milagres onde saúda “todos os açorianos em qualquer lugar onde se encontrem” e “colocam o seu olhar e a sua fé” no rosto do ‘Ecce Homo’.

D. João Lavrador comunga da “tristeza comum de não se poder realizar a festa anual” nos moldes habituais, refere a mensagem lida pelo cónego Adriano Borges, reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

A situação de pandemia “a isso obriga”, todavia D. João Lavrador apela a todos os açorianos que “colocam a sua esperança e suas intenções na pessoa do Senhor Santo Cristo “que se voltem para Ele”, realça.

Fonte: Agência Ecclesia