Missa presidida pelo Papa vai ser cerimónia simples

Celebração evoca refugiados e os mais pobres, numa oração em árabe

A Missa a que o Papa vai presidir hoje na Cova da Iria, encerrando a peregrinação do 13 de maio, é uma celebração simples e em português.

O padre Joaquim Ganhão, da Diocese de Santarém, coordenador da Comissão de Liturgia da visita do Papa Francisco a Fátima, revelou à imprensa que o Santuário “não encomendou” qualquer peça de ourivesaria sacra, escolhendo obras “simbólicas” que fazem parte do seu atual acervo.

A cruz do altar que vai ser usada na Missa é oferta de São Pio de Pietrelcina, conhecido como Padre Pio, que chegou à Cova da Iria em 1959.

O Papa Francisco vai usar os seus próprios paramentos, vindos do Vaticano, e presidir à Missa com um cálice e cibório que foram oferecidos ao Santuário, em 1968, pelos “doentes de Portugal”, numa obra de José Rosas, joalheiro do Porto.

A Custódia para a bênção dos doentes é da autoria de Joana Delgada e foi encomendada pelo movimento Adoração Noturna Espanhola, em 2011, para assinalar 25 anos de peregrinações a Roma.

Com o Papa, vão estar no presbitério do recinto de oração cerca de 140 pessoas, entre elas 8 cardeais, 73 arcebispos e bispos, além dos leigos do séquito papal.

A Missa conta ainda com 1100 concelebrantes inscritos.

Para a distribuição da Comunhão, estarão no altar 25 cálices e no recinto do Santuário cerca de 400 píxides, com ministros colocados também para lá da esplanada, na parte traseira da Basílica da Santíssima Trindade.

A cerimónia inclui o rito de canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto, no seu início, que o Papa acompanha desde a cadeira da presidência.

Francisco seguirá a procissão do adeus, no final da Missa, desde o altar.

A Missa, em português, vai incluir evocações em várias línguas no momento da oração universal, como é tradição nas Peregrinações Internacionais Aniversárias: português, italiano, inglês, francês, polaco e árabe.

Na oração em árabe, vai rezar-se pelos migrantes, pelos pobres e pelos refugiados, “para que por intercessão de Maria, que conhece as suas dores, se sintam acolhidos por todos os que lhes oferecem dignidade e razões de espera”, adianta a página oficial da visita do Papa.

Para a Eucaristia, o Papa Francisco vai paramentar-se na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, onde se recolhe, em oração, junto dos túmulos de Francisco e Jacinta, a partir das 09h40.

O percurso entre a Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo, que recebe o Papa, e a Basílica será percorrido em viatura fechada; no final da celebração eucarística, Francisco vai dirigir-se para Casa de Nossa Senhora do Carmo, onde almoça com todos os bispos portugueses.

O início da viagem de regresso à Base Aérea de Monte Real, de onde parte o avião da TAP para Roma, é feito em papamóvel, até à Rotunda Norte, onde decorre uma pequena cerimónia de despedida, com um momento musical, a cargo da Orquestra de Fátima e do Conservatório de Fátima-Ourém, antes de o Papa entrar numa viatura fechada que o levará a Monte Real.

No dia da chegada, o papamóvel que transporta Francisco deixa o Estádio Municipal de Fátima pelas 17h30, em direção ao Santuário, pelas estradas da Giesteira e de Minde, Rotunda Sul e Avenida D. José Alves Correia.

Francisco é o quarto Papa a visitar Fátima, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).

AGÊNCIA ECCLESIA