O crime da violência doméstica
Felizmente, o tema da violência doméstica saltou para as primeiras páginas da comunicação social. Até já foi escolhido o sete de março, para ser o dia nacional de luto pelas vítimas de violência contra as mulheres. Deste modo, a opinião pública, tem sido, cada vez mais envolvida no conhecimento desta realidade à qual se tentava fechar os olhos e até se aconselhava para que: “entre marido e mulher, não metas a colher”. Este ditado popular que, em algumas situações, até podia ser razoável, muitas vezes, tem servido ao machismo, tentar evitar que muitas das suas agressões domésticas permaneçam abafadas. Só, desde o início deste ano, já foram detidas 126 suspeitos de crimes relacionados com violência doméstica.
Perante esta situação horrorosa, parece ter chegado a hora da sociedade e do Governo acordarem para estes hediondos crimes que têm contribuído para muitos hediondos homicídios. Se, em todo o país, durante este ano, a violência doméstica já atingiu cerca de uma dúzia de casos, se olharmos para o ano que passou, só no distrito de Castelo Branco, segundo o Núcleo Distrital de Apoio à Vítima (APAV), foram assinaladas 170 agressões. Se juntarmos a esta informação o resultado de um inquérito aos jovens, no “Dia dos Namorados”, através do qual se ficou a saber que, mais de metade, já foi agredido em contexto de namoro, não poderemos deixar de ficar preocupados, quanto ao futuro da nossa agressiva sociedade.
Perante dados tão negros, temos de acordar para a gravidade deste fenómeno e discuti-lo na praça pública, face à sua importância criminal e social. Não podemos ficar só, por culpar a falta de prevenção e repressão, amaldiçoando os tribunais pela sua brandura. Mas, cada cidadão deverá denunciar e envolver-se, cada um a seu modo, na solução ou diminuição dos casos de violência doméstica, como uma tragédia social.
Dentro desta preocupação, a Comissão Diocesana “Justiça e Paz” também não quer ficar à margem, cega e muda, perante este terrível problema que é transversal a todas as classes sociais e estratos económicos, incluindo as indefesas crianças. Perante o problema da violência doméstica, queremos deixar bem claro que ela nunca é aceitável e que se trata de um crime e um prejuízo social, sendo necessário lutar afincadamente contra ela. Tanto a nível político, institucional, ético e moral. Esta Comissão Diocesana deseja ainda acrescentar que não olvida as iniciativas e os esforços oficiais que se têm vido a fazer nos últimos tempos. Só que esta tarefa não pode arrefecer, porque é urgente, embora seja morosa.
Para os interessados, aqui lhes deixamos algumas informações úteis para que, em caso de necessidade, se possam dirigir às seguintes entidades, especializadas para ajudar a encontrar uma solução para esta problemática social, no espaço abrangido pela Diocese de Portalegre-Castelo Branco.
Assim, se residir na região de Castelo Branco, pode contactar a NIAVE/NMUME, pelo telefone n.º 272 340 900 ou ainda o Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica, pelo telefone n.º 272 321 332, na Associação Amato Lusitano. Encontrando-se na zona de Abrantes, utilize o telefone n.º 241 330 134. E ainda a Associação Vidas Cruzadas, pelo telefone 241 364 572.
Se residir na Zona de Mação, poderá ligar para o Gabinete de Apoio à Vítima Doméstica, pelo n.º de telefone, 241 571 541.
Por sua vez, na cidade de Portalegre, na Junta de Freguesia de Montalvão encontra-se um Gabinete disponível para o Atendimento de Apoio à Vítima, pelo telefone n.º 245 741 313 e ainda a NAVE a pode ajudar pelo telefone 245 609 320 e, mais ainda, a Cruz Vermelha, pelo telefone 245 366 077.
No Alto Alentejo, tem à sua disposição o GAV (Alentejo Oeste) que atende pelo telefone n.º 242 094 732 os residentes nos concelhos seguintes: Ponte de Sor, Alter do Chão, Crato, Gavião e Nisa.
Todas estas estruturas dispõem ou encaminham para apoio psicológico, jurídico e social e que a linha de Apoio à Vítima (chamada gratuita) se encontra disponível, nos dias úteis das 9 às 21horas, através do n.º 116.006.
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