LITURGIA DOMINICAL | 6º Domingo da Páscoa – Ano B

6º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO B

O VI Domingo da Páscoa surge como um corolário de todo o itinerário pascal que temos vindo a viver. Depois de a Palavra nos ter feito aprofundar temas como a fé, a revelação, a verdade ou a fidelidade, hoje chegamos ao seu clímax: o amor. Numa sociedade que vulgarizou este termo, esvaziando o seu significado mais profundo e erotizando o seu conteúdo, olhar para estas leituras ensina-nos a acolher o âmago da revelação cristã. «Deus é Amor», expressão repetidamente usada por São João e hoje escutada na II leitura, é uma das mais belas e certeiras definições de Deus. Deus descobre-se no amor, não como uma realidade teórica, mas concreta e incarnada (em Jesus Cristo). É este amor que as leituras nos ajudam a aprofundar nas suas diferentes características e dimensões, na sua origem e no seu fim, nas suas formas e nos seus meios, nos seus desafios e consequências.

LITURGIA DA PALAVRA

Leitura I – Actos dos Apóstolos 10, 25-26.34-35.44-48 – Em Cesareia, na casa do centurião Cornélio, dá-se um novo Pentecostes, em tudo semelhante ao primeiro: Sobre pagãos, homens sinceros, preocupados na busca da verdade e prontos a acolher o anúncio da salvação, o Espírito Santo desce, no meio do espanto e admiração dos judeo-cristãos. Nesta manifestação do Espírito Santo, o Chefe dos Apóstolos, que foi o primeiro a abrir a Igreja aos pagãos, vê a confirmação de que a salvação, realizada por Jesus, se destina a todos os homens, sem distinção, chamados a tornarem-se único Povo de Deus. E assim a Cornélio, que recebera o Baptismo do Espírito, confere o Baptismo de água, sinal eficaz da inserção em Cristo e na Igreja.

Salmo Responsorial – Salmo 97 (98) – O Sennhor manifestou a salvação a todos os povos.

Leitura II – 1 João 4, 7-10 – Deus é amor, como o demonstrou através da História da Salvação, mas especialmente nodom de Seu Filho, o Qual encarnou por nós, para realizar a nossa Redenção. A nossa resposta a este amor, gratuito, desinteressado e anterior ao nosso, não pode ser outra senão amar os nossos irmãos. Se não os amarmos, com um amor desinteressado que seja eco do amor de Deus, não conhecemos a Deus, porque Deus é amor. Quem ama o próximo é gerado por Deus, porque tem em si o germe de Deus, a vida eterna.

Evangelho – São João 15, 9-17 – Ao amar os Seus discípulos com o mesmo amor, com que o Pai O ama, Jesus Cristo estabelece relações pessoais de amizade com eles, cumulando-os da Sua mesma alegria, que é fruto da Sua comunhão com o Pai. Introduzido assim no círculo divino do amor, sem mérito algum da sua parte, mas apenas por pura bondade de Cristo, o cristão tem de trabalhar, para dar a conhecer aos homens esta amizade de Cristo por eles. O cristão tem de revelar aos homens o amor do Pai, através do seu amor pelos irmãos, um amor sincero, desinteressado, disposto ao sacrifício da própria vida, como o amor de Cristo.

 

Padre António Justino
(Padre Toninho)
Canção Nova Portugal