Desafio a «estar com os mais fragilizados» conta com o apoio de figuras públicas como o selecionador Fernando Santos
A Cáritas Portuguesa associou-se a várias instituições para assinalar, este domingo em Lisboa, o primeiro Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco.
A iniciativa, que começa com uma eucaristia na igreja de São Roque em Lisboa, a partir das 11h00, pretende ser uma oportunidade para estar com as pessoas mais carenciadas e afirmar o seu direito a uma vida digna e a uma cidadania plena.
O presidente da Cáritas Portuguesa recorda o evento que há precisamente um ano deu origem a este dia, um encontro do Papa com os pobres no Festival da Alegria em Roma, no encerramento do Jubileu da Misericórdia.
“O Papa ficou muito sensibilizado e percebeu que é possível estar com os pobres e não falar só dos pobres e fazer coisas para os pobres, porque encontrou-se com eles. Eu também tive a graça de estar presente e senti isso mesmo, e sobretudo senti a alegria dos mais fragilizados da sociedade”, recorda Eugénio Fonseca.
Este Dia Mundial dos Pobres vem complementar outros eventos que já existem, como o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, que se assinala todos os anos a 17 de outubro.
“Uma coisa não anula a outra. A Erradicação da Pobreza é um dia para pensarmos que estratégias, que processos, que políticas, que estilo de modelos sociais devemos optar para erradicar a pobreza. Este Dia Mundial dos Pobres é para estarmos com os pobres”, realça Eugénio Fonseca.
Lutar contra a cultura da indiferença, fazer crescer a cultura do encontro, como sustentou o Papa Francisco.
É esse o objetivo deste Dia Mundial dos Pobres, que contará com a presença de utentes de várias instituições de solidariedade social.
“Gente em situação de fragilidade que, no meio de todos os outros” participantes deste evento possam ver levantada “a sua autoestima”, sustenta o presidente da Cáritas Portuguesa.
Aquele responsável lança por isso um “apelo” a que todos estejam presentes, também as figuras mais mediáticas.
“Que seja o dia em que os pobres se juntam com os não pobres. Por isso gostaria de ver também os políticos, os artistas, os futebolistas, essa gente que eles veem nas televisões e julgam que estão lá longe. Para estarem com eles, a deixarem-se tocar por eles, a fazerem selfies com eles. Porque isto levanta a autoestima. E faz acreditar que os mais pobres, apesar da situação em que vivem, são considerados, são valorizados”, conclui Eugénio Fonseca.
Por agora está prevista no programa a participação de várias figuras públicas, como o selecionador nacional de futebol, Fernando Santos; os artistas Fernando Pereira e Carlos Alberto Moniz; o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho; e o presidente da Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro.
Também a Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral; e as deputadas Helena Roseta e Maria da Luz Rosinha, do Partido Socialista.
O ponto de encontro para o Dia Mundial dos Pobres, no próximo domingo a 19 de novembro, é o Largo da Trindade em Lisboa, pelas 10h15.
Depois da missa, às 11h00 na igreja de São Roque, os participantes são desafiados a seguir em cortejo até à Ribeira das Naus, vestindo a camisola da iniciativa “Partilhar a Viagem”, também associada aos mais necessitados.
Pelas 13h30, na Casa da Balança, cedida pelo Estado-maior da Marinha, decorre um almoço com todos os intervenientes e para as 15h00 está previsto o arranque da festa e animação, na Ribeira das Naus.
Momento que será aproveitado pela Cáritas Portuguesa para lançar a campanha solidária ’10 milhões de Estrelas’, que este ano vai permitir também ajudar as vítimas dos incêndios em todo o país.
Na organização deste primeiro Dia Mundial dos Pobres estão envolvidas também instituições como a Casa Pia de Lisboa, o Centro Maximiliano Kolbe, a Comunidade Vida e Paz, as Irmãs Oblatas, as obras ‘O Companheiro’ e ‘O Ninho’ e a Santa Casa da Misericórdia.
Fonte: Agência Ecclesia
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