O Papa encerrou no Vaticano a Porta Santa da Basílica de São Pedro, a última ainda aberta em todo o mundo, colocando um ponto final no Jubileu da Misericórdia iniciado em dezembro de 2015.
A clausura da porta, que apenas se abre nos Anos Santos (29 até hoje, na história da Igreja Católica), decorreu antes da Missa a que o Papa preside na Praça de São Pedro.
O primeiro gesto do Jubileu da Misericórdia aconteceu com a abertura da Porta da Misericórdia em Bangui, a 29 de novembro de 2015, na visita de Francisco à República Centro-Africana; a Porta Santa do Vaticano foi aberta a 8 de dezembro.
Francisco promoveu catequeses especiais, em audiências jubilares aos sábados, acolheu visitas de presos, sem-abrigo ou doentes, entre outros, para jubileus particulares, e recordou a importância das obras de misericórdia, corporais e espirituais, que a Igreja Católica propõe aos seus fiéis.
O próprio Papa levou a cabo iniciativas “surpresa” nas chamadas “sextas-feiras da Misericórdia”, nas quais visitou, entre outros, doentes em estado vegetativo, uma comunidade de toxicodependentes, pessoas com deficiências mentais graves, padres, mulheres “libertadas de redes de prostituição”, bebés prematuros ou uma ‘Aldeia SOS’ para crianças.
Francisco presidiu na Polónia à Jornada Mundial da Juventude, tendo passado em silêncio pelos campos de concentração nazis de Auschwitz-Birkenau.
Milhões de pessoas passaram por Roma para atravessar a Porta Santa, em peregrinação e para as várias celebrações presididas pelo Papa, com destaque para a canonização de Madre Teresa de Calcutá, a 4 de setembro.
Em entrevista divulgada pelo jornal católico italiano ‘Avvenire’, Francisco disse que o terceiro Ano Santo extraordinário da Igreja quis sublinhar que “a misericórdia é o nome de Deus” e recordar a importância do “perdão”.
“Não fiz um plano. Fiz apenas aquilo que o Espírito Santo me inspirava e as coisas aconteceram”, acrescenta o Papa, a respeito do programa levado a cabo nos últimos 12 meses.
O pontífice argentino evoca a memória de João XXIII, que deu início ao Concílio Vaticano II em 1962, e de Paulo VI, que o concluiu em 1965, como fontes de inspiração para o tema da misericórdia.
“Depois houve o ensinamento de São João Paulo II, com a sua segunda encíclica, ‘Rico em Misericórdia’, e a instituição da festa da Divina Misericórdia. Bento XVI disse que o nome de Deus é misericórdia”, acrescentou.
Ao longo do Jubileu, Francisco visitou refugiados na ilha grega de Lesbos com o patriarca de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu; encontrou-se em Cuba com o patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo; e participou na comemoração conjunta dos 500 anos da reforma luterana, na Suécia.
O Papa sublinha que este percurso ecuménico “já vem de longe” e é um caminho que se “intensifica” com o passar do tempo.
Fonte: Agência Ecclesia
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