D. Virgílio Antunes visitou locais mais atingidos pelos fogos de Pedrógão Grande
O bispo de Coimbra encontrou hoje um “panorama absolutamente desolador” quando visitou as localidades mais atingidas pelos incêndios que deflagraram este sábado na região de Pedrógão Grande, onde encontrou também nas pessoas “fé e esperança”.
“Há situações de muita ansiedade. É um panorama duro e difícil de encarar porque são as pessoas, são os seus haveres, são os familiares e não se pode passar ali de forma tranquila e simples”, disse D. Virgílio Antunes.
O bispo da diocese a que pertence este território, na jurisdição católica, presidiu a uma Missa pelas 10h00, com a participação de um “bom grupo de pessoas”.
À tristeza somou-se uma “expressão de confiança e de fé”, que é a “única proposta” que a Igreja tem a fazer.
“Esta ajuda nasce da fé e esta gente é gente de fé, penso que é a ajuda maior, ouvi isso esta manhã: «Foi a minha fé que me fez resistir e ajuda a aceitar esta realidade de outra forma e olhar para o futuro mesmo no meio da tragédia»”, referiu D. Virgílio Antunes.
O prelado observou que, “felizmente, há uma onda muito grande de solidariedade” à qual a Igreja também se associa.
A Diocese de Coimbra vai destinar o ofertório das Missas do próximo domingo para a ajuda às populações afetas pelos incêndios que estão ativos na região.
“É uma forma de toda a gente sentir e participar ativamente”, realçou o bispo local.
Na Diocese de Coimbra, acrescenta, a Cáritas Diocesana é a nível local a entidade e instituição da Igreja que tem “mais capacidade” para gerir o “dinamismo da ajuda e da solidariedade”, mesmo que outras instituições possam dar o seu apoio.
“É uma situação ímpar, pelo número de vítimas, é olhar para uma região e não a reconhecer”, disse por sua vez o presidente da instituição, o padre Luís Costa, em declarações esta manhã à Agência ECCLESIA.
D. Virgílio Antunes inform que “há relativamente pouco tempo” fez a visita pastoral às comunidades que pertencem aos concelhos de Pedrógrão Grande, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, e conheceu uma “região verde, de gente feliz, bem-disposta”.
“Conheci as igrejas, as capelas onde pudemos estar juntos e passar agora é uma relação com a realidade, com as pessoas, muito marcante”, recorda.
A Conferência Episcopal Portuguesa publicou a 27 de abril a nota pastoral ‘Cuidar da casa comum – prevenir e evitar os incêndios’, e o bispo de Coimbra espera que “seja bom contributo para ajudar na mudança da cultura” que deve levar as pessoas a estarem “mais atentas, preparadas” no futuro.
Segundo D. Virgílio Antunes é necessário mudar em muitas áreas como a prevenção, a organização do território, as condições em que trabalham e funcionam as corporações de bombeiros e a questão cultural: “É nesse papel que a Igreja pode dar maior contributo unida às instituições públicas, ao Estado, a todos aqueles que se interessam por estas questões que são fundamentais na vida de um país e da sua população”.
O incêndio que deflagrou este sábado em Pedrógão Grande provocou mais de 60 mortes, dezenas de feridos e de desalojados.
Fonte: Agência Ecclesia
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