Incêndios alertam para a urgência de «conversão» dos «donos e senhores do mundo»

Bispos de Portugal assinalam Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, a 1 de setembro


A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana (CEPSMH) afirmou que os que se consideram “donos e senhores do mundo” precisam de “conversão” e lembrou os “impactos negativos” nas populações “atingidas pelos incêndios”.

Num documento divulgado hoje sobre o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação que o Papa Francisco instituiu em 2015 e que se assinala, em cada ano, no dia 1 de setembro, os bispos que integram esta Comissão da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) referiram-se às consequências dos fogos, deste verão.

A Comissão Episcopal refere “a morte de tantas pessoas, a perda de habitações permanentes, o desaparecimento de postos de trabalho (em zonas onde já não abundam), a morte de animais e a destruição de pastos”.

“Todos temos presentes o impacto psicológico e o desalento que estas situações inevitavelmente comportam”, acrescenta o organismo da CEP.

Para os bispos da CEPSMH, as alterações climáticas “são evidentes” num ano de tão grande seca.

A Comissão Episcopal lembra o documento da CEP sobre os incêndios, publicado em abril deste ano, que tem por título «Cuidar da casa comum, prevenir e evitar os incêndios», e convida as comunidades cristãs a “dar graças a Deus pela Criação e a pedir ao Criador a conversão do coração daqueles que se consideram donos e senhores do mundo”.

“Que nunca mais sejam esquecidos os milhões de pessoas, nossas irmãs e irmãos que, em tantas zonas do planeta, sofrem de fome, de doenças e de miséria devido à má distribuição dos bens da Criação que Deus destinou a todos”, conclui a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade.

O Papa instituiu, em 2015, na Igreja Católica o “Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação”, que se realiza anualmente a 1 de setembro, na mesma data em que já era comemorada pela Igreja Ortodoxa.

A 18 de junho do mesmo ano, o Papa publicou a encíclica ‘Laudato si’, na qual Francisco propõe uma mudança de fundo na relação da humanidade com o meio ambiente, alertando para as consequências já visíveis do aquecimento global e das alterações climáticas.

Fonte: Agência Ecclesia