Francisco deixou mensagem em favor da harmonia e do diálogo
A Igreja promove hoje um dia de oração pelas comunidades católicas na China, pedindo a proteção de Nossa Senhora de Sheshan, venerada no país asiático, uma data recordada no último domingo pelo Papa.
“Que neste Ano Santo da Misericórdia, os católicos chineses possa, juntamente com os que seguem outras nobres tradições religiosas, tornar-se sinais concretos de caridade e reconciliação”, pediu o pontífice, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a recitação do ângelus.
A jornada de oração foi criada pelo agora Papa emérito Bento XVI, em 2007.
Francisco desejou a promoção de uma “autêntica cultura do encontro” e a “harmonia de toda a sociedade”, na China.
“A harmonia de que o espírito chinês tanto gosta”, acrescentou, de improviso.
O Papa convidou toda a Igreja a unir-se “espiritualmente” à celebração da Virgem Maria, “ajuda dos cristãos”, neste dia 24 de maio, pelos católicos chineses, que se reúnem no Santuário de Sheshan, em Xangai.
“Peçamos a Maria que dê aos seus filhos na China a capacidade de discernir em cada situação os sinais da presença amorosa de Deus, que acolhe e perdoa sempre”, realçou.
Em setembro de 2015, o Papa admitiu o desejo de visitar a China, país com o qual pretende construir “boas relações”.
Francisco recordou que já na sua viagem à Coreia do Sul, tinha manifestado essa vontade de ir à China.
“Para mim, visitar um país amigo como a China, que tem tanta cultura e tantas oportunidades de fazer bem, seria uma alegria”, confessou.
O pontífice argentino foi o primeiro Papa a sobrevoar o espaço chinês, em agosto de 2014, tendo nessa ocasião enviado duas mensagens ao presidente Xi Jinping, pedindo que Deus abençoasse o país asiático.
O regime de Pequim criou em 1957 a Associação Patriótica Católica (APC) para evitar interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.
O Vaticano considera ‘ilegítimos’ os bispos que receberam jurisdição da APC, sem autorização do Papa.
A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), assinalou no início deste mês que “são cada vez mais frequentes as notícias” que chegam da China “em relação à perseguição a comunidades cristãs”, nomeadamente por causa de demolições de templos ou de símbolos religiosos.
“Na China, os cristãos que se mantém fiéis ao Vaticano são muitas vezes perseguidos, vivendo por isso a sua prática religiosa na clandestinidade, sendo inúmeros os fiéis, sacerdotes e até bispos que se encontram detidos ou sob vigilância das autoridades de Pequim”, refere a AIS.
Fonte: Agência Ecclesia.
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