A Igreja Católica portuguesa reafirma completa disponibilidade para colaborar com as autoridades no esforço de contenção da pandemia do coronavírus. Em entrevista à Renascença, o Cardeal-Patriarca de Lisboa garante que “a disponibilidade da Igreja é total” na colaboração com as autoridades de saúde do país. D. Manuel Clemente garante que “aquilo que nos pedirem, como já têm pedido ou sugerido, nós fazemos, como aconteceu com esta privação de celebrações habituais e substituição por outras maneiras de estarmos presentes na vida das pessoas”. “E aquilo mais que nos for pedido, cá estamos”, refere o cardeal patriarca.
D. Manuel Clemente acredita que a sociedade vai sair mais solidária da crise que estamos a viver. No seu diagnóstico, o Cardeal-Patriarca diz que “nós estávamos numa situação de muito pouca vizinhança”, em que, “às vezes, no mesmo prédio as pessoas não se conheciam”, para sustentar que “ já que existe esta ocasião é para nós nos retomarmos como sociedade”, pois “sociedade quer dizer gente que se acompanha e não gente que se desconhece”.
Criatividade para “estar perto das pessoas”
Na entrevista, o Cardeal-Patriarca aplaude a forma criativa como a generalidade dos agentes pastorais se têm adaptado e respondido a esta nova realidade. D. Manuel Clemente refere que “tem sido muito importante, e bonita até e criativa, a atitude da generalidade daqueles que estão na vida pastoral católica, nas paróquias, nas dioceses, nos institutos religiosos e seculares, nas instituições sociais ligadas à Igreja”. “Tem sido muito interessante, porque têm sido muito criativos na maneira de responder positivamente à atual situação, não apenas omitindo aquilo que não se pode fazer porque corremos o risco de contagiar, mas porque temos que arranjar outras maneiras de estar perto das pessoas”, refere o Cardeal-Patriarca.
D. Manuel Clemente acredita que esta forma criativa da Igreja dizer presente irá perdurar no futuro. “Através da rádio, através da net, através da televisão vão-se conseguindo atuações que eu creio que ficarão para o futuro”, disse, manifestando a convicção de que, “quando voltarmos ao convício normal das nossas comunidades, certamente, incluiremos muita desta criatividade para estar constantemente próximo das pessoas”.
Estar presente
No futuro próximo e em particular em relação à Semana Santa e à celebração da Páscoa, D. Manuel Clemente aponta o exemplo vindo de Roma para que se consiga conjugar a necessidade de a Igreja estar próxima e ao mesmo tempo não colocar ninguém em perigo. “Sabemos sobretudo o que não podemos fazer. O que não podemos fazer é tudo aquilo que põe em risco de contágio a população. Com toda esta criatividade que está a surgir e também com o próprio exemplo que temos tido de Roma, e do que é a atuação do Santo Padre que não deixa de estar presente na Igreja universal através da televisão e através da internet. Portanto, tudo isso são exemplos daquilo que nós podemos e devemos fazer para, por um lado estarmos próximos e por outro lado não pormos em perigo ninguém”, concluiu o Cardeal-Patriarca de Lisboa.
Fonte: Patriarcado de Lisboa
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