Cardeal Gianfranco Ravasi é um dos oradores da jornada deste ano de atualização do clero do sul
O Instituto Superior de Teologia de Évora organizou o encontro de atualização e reflexão do clero das dioceses portuguesa do sul – Algarve, Beja, Évora e Setúbal – sobre os “desafios” que a Igreja encontra na “secularização, diálogo, discernimento”.
“O diálogo com o mundo não é fácil, a Igreja naturalmente que sente algumas dificuldades, sobretudo pelas mutações constantes. Este mundo muda e muda muito depressa”, afirma o presidente do instituto.
O padre José Morais Palos recorda que alguém dizia que ou compreendem o mundo e mudam ou são “arrastados” e não têm “capacidade de decisão”.
“É com este espírito que procuramos enfrentar estas temáticas, procurando conhecer. A secularização é um facto, não há volta a dar-lhe. Este mundo dito religioso já não é, a sociedade de hoje é secularizada, ou encontramos pontes e pontos de diálogo com esta sociedade ou estamos à margem e não queremos estar à margem”, desenvolveu.
O encontro de atualização tem como tema ‘Desafios para uma Igreja «Semper Renovanda» – Secularização, Diálogo, Discernimento’ e reúne bispos, sacerdotes e diáconos das dioceses do Algarve, Beja, Évora e Setúbal.
O Instituto Superior de Teologia de Évora organiza o encontro pela 11.ª vez este ano convidou o presidente do Conselho Pontifício para a Cultura da Santa Sé, o cardeal Gianfranco Ravasi, para ser um dos oradores.
O prelado italiano apresentou esta tarde o tema ‘Diálogo: a nova postura de uma Igreja em saída’ e esta quarta-feira vai falar sobre ‘A evangelização da Cultura: desafio e tarefa ingente’.
O padre José Morais Palos realça que o cardeal Gianfranco Ravasi “é uma figura na Igreja que se destaca, naturalmente, pela sua cultura” e pelas suas funções.
Sobre a relação entre a Igreja e o mundo da cultura e os seus atores, agentes, o presidente do Instituto Superior de Teologia de Évora acredita que exista “muita gente com fé, muita gente cristã”.
“Às vezes pensamos que pelas suas criações não estão cá. Às vezes avaliamos muito superficialmente e temos de aprofundar, apreciar as suas obras”, desenvolve o sacerdote sublinhando a necessidade de “ultrapassar” o preconceito.
As jornadas de atualização do clero das dioceses do sul terminam esta quinta-feira, 1 de fevereiro, com um painel dedicado às ‘Experiências positivas de diálogo e evangelização, numa sociedade multicultural, multirreligiosa e secularizada’.
O padre José Morais Palos, a partir dos planos pastorais diocesanos, explica que a “preocupação” da Igreja chegar a todos “é legitima e deve estar sempre presente”, mesmo que os documentos orientadores em cada Igreja local, às vezes, “olhem mais para os que estão dentro”.
“Estar desperto, atento, procurar estes elementos comuns, reconhecer a pessoa, as suas aspirações, o que quer, o que faz. Este trabalho tem de estar sempre presente na Igreja”, acrescenta o sacerdote.
O presidente do Instituto Superior de Teologia de Évora observa que “a realidade eclesial” que tê, é a das dioceses, das paróquias, das comunidades e “não” devem “esperar resultados imediatos”.
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