Fim de ano deve ser celebrado em família e com quem amamos
Os momentos mais importantes da vida geralmente são marcados pela presença das pessoas que mais amamos. É por isso que o fim de ano tem tudo a ver com família reunida, confraternizações e abraços. Até mesmo os mais “ecléticos” acabam concordando que o fim de ano provoca um clima diferente no ar e traz aos nossos corações uma mistura de sentimentos que, muitas vezes, até contrastam com o ambiente. Alguns lembram do passado e ficam tristes, outros sonham com o futuro e se alegram, mas o certo é que a mudança radical no calendário mexe com o coração da gente. Eu, particularmente, gosto muito desse clima de Natal e fim de ano, porque acredito que essa época traz também um misto de esperança e força de transformação.
Quando criança, via meus pais fazerem planos e traçarem metas para o fim do ano, mesmo que fossem coisas bem simples, como visitar um parente, comprar um brinquedo, reformar a casa, coisas assim. Mas ao dizerem: “No fim do ano, se Deus quiser, vamos fazer tal coisa”, alimentavam em mim e nos meus oito irmãos sementes de sonhos e cultivavam a esperança de que estava próxima nossa realização. Então, esperávamos o Natal “como um vigia espera a aurora”, contando os meses e os dias com expectativas e alegria. Aliás, acredito que saber esperar faz tanta diferença na vida! Talvez, grande parte das nossas dores nem existissem se não tivéssemos fugido das “aulas de espera” que a vida nos ofereceu nos acontecimentos ordinários da história. A espera, por dolorosa que seja, ensina a valorizar o tempo e as simples conquistas como prémios, ensina a ver nas entrelinhas dos acontecimentos os rastros de Deus, que é Mestre da esperança. Por isso, acredito que viver com intensidade momentos como o fim de ano e chegada do ano novo em família é também uma oportunidade para recomeçar, em todos os sentidos, inclusive na arte de celebrar as chegadas e partidas com esperança e amor, acima de tudo.
Deus vem nos visitar
A cada tempo, a história atualiza os fatos, mas a essência não muda. O clima de Natal e fim de ano lembra-nos que Deus, por amor, veio nos visitar. Trouxe a libertação e a paz através do nascimento do Menino Jesus, mudando o rumo de nossa história, pois sua luz dissipou as trevas. Com a ternura de Menino pobre, nascido em Belém, Ele nos ensinou que somente quando nos doamos e fazemos os outros felizes, quando partilhamos nossos sonhos e acendemos a esperança na alma de quem nos rodeia, é que conquistamos nossa própria felicidade. Por isso, abraçar nossas raízes (a família) é, de certa forma, ter a chance de recolher os pedaços do que éramos e voltar a ser quem somos, sem medo nem culpa. É relembrar os fatos que entre risos ou lágrimas nos fizeram avançar na direção do lugar em que chegamos, é perceber que muitas coisas mudaram no mundo, mas para os nossos parentes, continuamos sendo os mesmos com o apelido de criança, os gostos infantis e o lugar definido na mesa.
É por tudo isso e muito mais que o fim de ano é tempo de estar com a família, celebrar as vitórias e alimentar sonhos. De dar asas à feliz expectativa quanto ao ano que se aproxima. Certamente, coisas muito boas vão acontecer conosco, mas é preciso acreditar nisso e contribuir para isso. Reunir-se para celebrar o amor já é um ótimo começo!
E se, por alguma razão, você estiver distante da família, acredite: Você não está sozinho. O amor que veio nos visitar, por meio do Menino Jesus, mora em seu coração e lhe faz companhia, esteja você onde estiver.
- Primeiro dia do funeral marcado pela trasladação do corpo de Bento XVI para a Basílica de S. Pedro - 3 de Janeiro, 2023
- Legado teológico de Bento XVI está a ser traduzido para português - 3 de Janeiro, 2023
- Canonista explica protocolo do funeral de Bento XVI - 2 de Janeiro, 2023