Fátima mostra que a relação com Deus é tão importante como as relações humanas

O realizador João Canijo disse que o filme ‘Fátima’ mostra que a relação com Deus “é tão importante” como as relações humanas e resulta da “grande curiosidade” que sentia em perceber o “esforço e sacrifício” nas peregrinações a pé.

“Sentia grande curiosidade de saber ou de perceber o porquê de tanto esforço e sacrifício em nome da fé. Confesso que não entendi”, disse o João Canijo à Agência, acrescentando que “as razões são diferentes para toda a gente”.

O filme ‘Fátima’ estreia hoje nas salas de cinema portuguesas com duas versões – uma com 153 minutos e outra com 203 minutos – e retrata a peregrinação de 11 mulheres que em nove dias fazem 400 quilómetros a pé, entre Vinhais, em Bragança, até à Cova da Iria.

“Uma peregrinação a Fátima a pé é chegar ao limite da resistência todos os dias sabendo que no dia seguinte vai outra vez chegar ao limite da sua resistência. Isto é um sacrifício em nome de Deus imenso, maior do que as pessoas pensam”, acrescenta o realizador.

O realizador explicou que queria fazer um filme sobre mulheres obrigadas a estarem 24h00 sobre 24h00 juntas e levadas ao limite das emoções e, por isso, decidiu mostrar uma peregrinação a pé a Fátima.

Segundo João Canijo, a partir do momento em que descobriu o tema surgiu outro “tão importante” como o das relações humanas que é “a relação com Deus”.

Neste contexto, e antes das atrizes se colocarem ao caminho, foi o próprio realizador que viveu essa experiência e fez uma distância mais curta, de 80 quilómetros, que lhe “custou muito”.

“Foi curta mas o caminho é muito duro”, observou.

“Depois percebi, é uma evidência, ninguém pode representar uma peregrinação a Fátima a pé sem a ter feito. É impossível”; constatou, acrescentando que as atrizes fizeram peregrinações reais e se um grupo fez o percurso todo desde Vinhais até Fátima, as menos jovens foram “mais poupadas” e percorrem “200 e tal quilómetros”.

Do elenco de ‘Fátima’ fazem parte as atrizes Rita Blanco, Anabela Moreira, Cleia Almeida, Vera Barreto, Teresa Madruga, Ana Bustorff, Teresa Tavares, Alexandra Rosa, Íris Macedo, Sara Norte e Márcia Breia.

“Havia algumas que partilhavam experiência da fé e nas peregrinações reais quase todas mudaram a sua relação com a fé”, revelou ainda João Canijo.

Para o realizador, chegar a Fátima, como em qualquer peregrinação, “é resolução” e num filme sobre relações humanas, “mesmo quando há conflitos são todos resolvidos” na chegada.

“A chegada a Fátima é a redenção”, destaca.

João Canijo contou ainda que as atrizes para representarem a peregrinação que parte de Trás-os-Montes também viveram com a população local porque tinham de “perceber minimamente” o que é ser transmontano.

O filme ‘Fátima estreia hoje nas salas de cinema e vai ser também uma minissérie de cinco episódios, que vai ser exibida em outubro pela RTP.

Fonte:Agência Ecclesia