Cardeal-patriarca falou para 250 empresários e gestores cristãos no ciclo de conferência online
O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou no ciclo de conferências “Construtores da Esperança”, promovido pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), que os líderes cristãos das empresas devem ser construtores de uma esperança “performativa e operativa”.
Numa conferência online, com 250 participantes, D. Manuel Clemente falou a empresário e gestores sobre o tema “Construir a esperança na crise” e disse que a esperança “é performativa”, “realiza aquilo que anuncia” e “é operativa”.
“Somos desafiados a construir a esperança que nos constrói a nós”, afirmou.
D. Manuel Clemente recordou que a metodologia da Ação Católica é inspiradora do trabalho da ACEGE e afirmou que é necessário “ver a realidade concreta” a partir do olhar cristão e analisar, entre os vários empresários, as problemáticas, porque “da partilha nasce luz”.
“A vantagem da ACEGE é o grupo, é não estarmos sozinhos na resolução dos problemas”, afirmou, indicando que os critérios propostos devem depois ser concretizados em projetos do quotidiano.
D. Manuel Clemente referiu-se à nova “normalidade” no contexto da pandemia covid-19, lembrou o modo de relacionamentos e de estar em sociedade no mês de fevereiro, considerando que não vai “voltar rapidamente”.
O cardeal-patriarca valorizou o que tem acontecido em “termos de vizinhanças reconstruídas”, de “criatividade na pastoral” desenvolvida nas várias paróquias e do ambiente familiar “que se redescobre como Igreja doméstica”.
“Tudo isto é um valor para o futuro”, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa, considerando que a “resiliência”, a “criatividade” e as “vizinhanças” são “um valor para a construção que há de vir”.
Para D. Manuel Clemente, as crises na atualidade tem origem no facto do “valor humano ser secundarizado” e os recomeços tem de acontecer “com as pessoas”.
“O que se consegue fazer, não apesar das pessoas mas com as pessoas, constitui um futuro sustentável”, afirmou.
O cardeal-patriarca de Lisboa alertou para o agravar das crises – sanitária, económica, social e políticas “pelo meio”- caso o “valor humano” não seja considerado na procura de soluções.
Referindo-se à impossibilidade de celebrar comunitariamente a Eucaristia, em vigor até ao dia 30 de maio, D. Manuel Clemente afirmou que não podem ser os ambiente do culto “a atrasar” a retoma da “vida normal” das assembleias e dos sacramentos”, e disse que um grupo de trabalho está a reunir as “indicações possíveis” para definir normas que permitam recomeçar as celebrações religiosas.
“Estamos a ir com muito cuidado”, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa, na conferência da ACEGE.
Fonte: Agência Ecclesia
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