Responsáveis católicos debatem presença junto de «periferias» geográficas e humanas
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. José Traquina, disse que a Igreja Católica quer dar uma “atenção especial às diversas pobrezas que existem” na sociedade.
“Olhar todas as pessoas mais esquecidas, mais distanciadas, que esperam da Igreja uma sensibilidade e um olhar de consideração”, precisou o bispo de Santarém, falando no arranque do 33.º Encontro Nacional de Pastoral Social, que decorre em Fátima até quinta-feira.
O responsável destacou que os trabalhos querem ir ao encontro de “periferias geográficas e não só”.
“Existem indiferenças que é preciso vencer”, sustentou D. José Traquina.
O responsável pela Comissão Episcopal que acompanha a Pastoral Social em Portugal falou de pessoas sem “lugar” na sociedade, dos problemas de habitação ou dos imigrantes com formação superior em “trabalhos muito modestos”, sem que as suas habilitações sejam reconhecidas.
O bispo de Santarém sublinhou ainda que a Pastoral Social assume a missão de “desenvolver sensibilidade” para as situações de injustiça e de carência, nas comunidades católicas, visando “trazer para o centro das opções esta realidade humana e social”.
“A Pastoral Social inscreve-se no Evangelho e a pessoa de Jesus é a nossa referência obrigatória, para a atenção ao outro”, acrescentou.
Durante os trabalhos, os participantes vão ouvir convidados que “estão no terreno e que estão em centros de decisão”.
O encontro foi inaugurado com uma conferência de D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), para quem “centralizar as periferias é a grande preocupação”.
O cardeal-patriarca de Lisboa sublinhou a “insistência que o Papa Francisco tem feito na saída das comunidades de si próprias”, para ir ao encontro e receber quem vem, considerando-a “absolutamente evangélica”.
Esta saída, precisou, não é apenas “geográfica”, mas também de si mesmo, para que outros “possam entrar”.
O presidente da CEP espera das comunidades católicas uma “atenção permanente” às periferias étnicas e sociais, como acontece com os “idosos sós”, considerando que no Patriarcado de Lisboa, por exemplo, existe “grande vontade de fazer” e de responder a setores menos acompanhados.
“Isso é absolutamente evangélico”, concluiu.
Já o diretor do Secretariado Nacional da Pastoral Social explicou o tema do encontro de 2019, ‘Trazer as periferias para o centro’, que se refere a “periferias diversas”, que os cristãos são convidados a considerar, a partir de uma “opção preferencial pelos pobres”.
O padre José Manuel Pereira de Almeida sublinhou que “felizmente, há muita coisa de comunhão” com o Papa Francisco, defendendo que os católicos não se podem resignar à ideia de que a pobreza é “uma fatalidade”, face a indicadores “muito preocupantes” que persistem em Portugal.
O 33.º Encontro da Pastoral Social decorre no ‘Steyler Fátima Hotel’.
Entre os conferencistas estão, entre outros, a provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral; o professor universitário Álvaro Domingues, da Faculdade de Arquitetura – Porto; André Costa Jorge, da PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados; António Bento, do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa.
O encontro termina com apresentação dos casos práticos ‘Florinhas do Vouga’ e ‘Laboratório cívico de Santiago’, antes da conferência final ‘O que dizemos quando falamos de “opção preferencial pelos pobres”?’, pelo diretor do SNPS.
Fonte: Agência Ecclesia
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