“Graças a Deus terminou a quarentena.” As palavras de Nicolas Ghobar traduzem bem o sentimento de alívio após as autoridades terem acabado com o confinamento obrigatório na Terra Santa por causa da pandemia do coronavírus.
Em mensagem enviada para a Fundação AIS, este artesão bem conhecido dos lisboetas – praticamente todos os anos no Natal, Nicolas tem peças de artesanato com motivos religiosos à venda em Igrejas no Chiado – revela que, “depois de quase 90 dias, a vida está devagar a voltar à normalidade”, embora reconheça que “ainda há alguns casos” de pessoas infectadas com o Covid19.
Sinal maior do fim da quarentena decretada pelas autoridades foi a abertura, na última semana de Maio, da Basílica da Natividade, em Belém, assim como das portas da Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém. No entanto, Nicolas refere que “a maioria das igrejas e conventos” da Terra Santa “continuam fechados”.
Para Nicolas Ghobar, como aliás para a maioria dos cristãos da região, a ausência de turistas é um sinal extremamente preocupante pois a economia local depende deles.
A 26 de Março, numa primeira mensagem enviada para a Fundação AIS, Nicolas referia que, com as fronteiras fechadas, começavam “a ter problemas com a falta de alimentos”. Isso parece agora ultrapassado mas ainda irá demorar algum tempo até que a vida retome a normalidade.
“É a fé que nos mantém vivos”, afirma este artesão que é também guia turístico na Terra Santa essencialmente de grupos de peregrinos portugueses e espanhóis. Apesar de os tempos serem ainda incertos, Nicolas afirma-se “grato e positivo porque tudo tem solução e tudo voltará à normalidade”.
Na mensagem, Nicolas lança um convite para os cristãos portugueses não se esquecerem de visitar a Terra Santa. Todos “são bem-vindos”, diz, alertando para que as “antigas igrejas um dia não se convertam em museus ou pedras mortas…”
A situação dos Cristãos na Terra Santa é de facto problemática. Sinal disso, no início de Março, o Cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, convidou os católicos em todo o mundo à solidariedade para com esta comunidade.
Sandri referia a “tragédia da contínua e progressiva redução do número de fiéis locais, com o consequente risco de se ver desaparecer as diversas tradições que remontam aos primeiros séculos”. Por isso, a Santa Sé convidou até a “adoptar” um cristão do Médio Oriente, “rezando por ele durante todo o ano de 2020”.
Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal
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