A «forma como pregava era crítica e assertiva» – José Carlos Carvalho
José Carlos Carvalho, docente da Faculdade de Teologia do Porto, defendeu a divulgação dos sermões de Santo António de Lisboa, sublinhando que a forma “crítica e assertiva” como pregava continua atual.
“Santo António criticava alguma práticas da Igreja no seu próprio tempo, denunciando as injustiças, a sua pregação era para dar a conhecer a Palavra de Deus e ajudar a compreendê-la mas ajudar a vivê-la, aplicada à vida dos seus ouvintes, tem de se se ter em conta que, naquele tempo, grande parte da população era analfabeta”, explica.
José Carlos Carvalho participou do painel “A força da Palavra”, da iniciativa “Diálogos com António” e aponta que Santo António não era “um pregador diletante” mas traz a novidade da aplicação da Palavra à vida.
A interpretação muito espiritual da Palavra, por vezes moralista, mostra que a sua palavra continua atual e que continua hoje a incidir na nossa vida no início do século XXI”.
O docente defende que se “conhece mais a figura do que os ensinamentos”, e que será interessante conhecer como o único doutor da Igreja português fazia a interpretação da escritura, “o que prega e como prega”.
“Como ele lê o mundo e interpreta, ver-se a atualidade dessa palavra, a força que encontrou na palavra bíblica, que foi inspiradora e que o levou a anunciá-la e ler o sinais do seu tempo”, destaca.
O docente da Faculdade de Teologia do Porto refere ainda que o santo português teve acesso a uma das “maiores bibliotecas da época”, em Coimbra, e os seus textos mostram a “bagagem cultural que lhe permitiu dialogar e conhecer a própria História”.
“Ele que viveu num período em que a Igreja encontra algumas dificuldades, percebe que é nesse contexto que encontra a força da Palavra para formar a fraternidade, que o inspira e lhe dá força para anunciar e para o seu testemunho de vida”, explica.
Fonte: Agência Ecclesia
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