O bispo de Santarém apresentou a Carta Pastoral 2016-2017 ‘Caminhar para a Plenitude de Cristo’ onde indica a fé como caminho para a “sensação de crise” no ambiente social, com “recuo em muitas áreas da vida humana”.
“Os problemas sociais e económicos que atualmente vivemos, levam-nos a ter medo do futuro e, muitas vezes, a viver a nostalgia do passado. Neste contexto, compreendemos a mensagem cristã de esperança e de responsabilidade pelo futuro”, escreve D. Manuel Pelino no documento para o novo ano pastoral.
Segundo o prelado a fé apresenta-se “como um caminho” que é “um processo a realizar constantemente”: “Não é extática mas dinâmica. Não andamos à deriva, sem orientação.”
Na Carta Pastoral 2016-2017, apresentada hoje em assembleia diocesana no Convento de São Francisco, refere que no tempo da peregrinação cada tem de “tornar o mundo mais fraterno e habitável e construir a eternidade”.
“Não deixemos passar o tempo inutilmente”, alerta, indicando que o “testemunho da fé no mundo” é “irradiar” as suas consequências sociais, culturais e morais.
“A situação real que vivemos na nossa época apresenta-se muito distante desta dimensão de crescimento para a plenitude. Respira-se hoje, no ambiente social, uma sensação de crise, de envelhecimento e de recuo em muitas áreas da vida humana”, refere D. Manuel Pelino.
No documento, D. Manuel Pelino explica que o tema ‘Caminhar para a plenitude de Cristo’ é uma opção de fundo, definida com a ajuda do Conselho Pastoral Diocesano, com que desejam “iluminar” o programa pastoral dos vários organismos diocesanos e “inspirar o caminho da fé dos fiéis”.
“É uma dimensão do cristianismo que vem das origens, tão antiga mas sempre nova e, neste momento, muito atual, oportuna e necessária”, acrescenta o prelado na introdução da Carta Pastoral, observando que enquadra-se nas “preocupações e acontecimentos” em realce na Igreja, como o Jubileu da Misericórdia, o Centenário da Aparições de Fátima em 2017
Para o prelado é importante “fixar os olhos no que é bom, belo, positivo” e deixar que esses valores entrem na mente e no coração para que o olhar não seja poluído por imagens superficiais ou negativas “de vaidade, de pornografia, de violência”.
D. Manuel Pelino assinala que a dimensão de renúncia e a atitude de desprendimento “é estranha e difícil na atual cultura do efémero” e em ambiente de consumismo e permissivismo onde vive-se ao “sabor do momento, de opções provisórias, de objetivos a curto prazo” e incentiva ao exame de consciência “revendo os acontecimentos do dia à luz da fé”.
O bispo de Santarém que é também presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã na sua diocese aconselha, por exemplo, a que a catequese para adolescentes tenha “atenção ao desejo deles de participar ativamente” sendo aconselhável programar “encontros menos frequentes e mais longos e ricos”: “Ritmo quinzenal, com maior duração, em vez de semanal mais breve.”
Sobre a pastoral juvenil indica que os jovens “devem ser incentivados a intervir” como responsáveis interessados e “não como ouvintes ou destinatários passivos”.
Na carta à diocese o bispo de Santarém assinala ainda “o amor no matrimónio e na família” como “outra prioridade pastoral” que importa “realçar e integrar” à imagem do caminho, recordando o Sínodo dos Bispos sobre a família.
O documento orientar para o novo ano diocesano 2016/2017 apresenta 18 propostas para a ação pastoral, que sintetizam a Carta Pastoral, e sugere bibliografia de apoio.
Fonte: Agência Ecclesia
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