Dia do Anjo da Paz, de Portugal, da Eucaristia

“Não temais! Sou o Anjo da Paz!”

Estas são as palavras que o Anjo dirige aos três pastorinhos, Jacinta, Francisco e Lúcia, quando se encontra com eles, pela primeira vez, em Abril de 1916, na Loca do Cabeço, em Fátima. Andando a guardar as ovelhas, num momento de calmaria, as três crianças brincavam depois de terem rezado. Sentem um vento forte e depois veem um jovem, resplandecente, a caminhar na sua direção.

Este jovem apresenta-se acalmando-os, tal como outrora, o Anjo Gabriel fez com Nossa Senhora: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus!” (Lucas 1, 30), ou o próprio Jesus, quando caminha sobre as águas ao encontro dos discípulos: “Não temais, sou Eu!” (Mateus 14, 27).

O Anjo que aparece aos pastorinhos prepara-os para as aparições de Nossa Senhora, mas ao mesmo tempo conforta-os e responsabiliza-os.  Ensina-os a orar, a meditar, a adorar, a interceder pelos outros. Coloca-os no caminho da Adoração, da doação de si mesmos, da renúncia e da caridade.

Nas três aparições do Anjo está já em embrião toda a Mensagem de Fátima: a centralidade de Cristo na vida do cristão (Ele é o caminho, a verdade e a vida, é Ele que nos conduz ao Pai), a importância  da Santíssima Trindade, o poder da oração, da intercessão, do abandono à vontade de Deus, que é misericordioso.

O Anjo da Paz, o Anjo de Portugal, o Anjo da Eucaristia.

Na primeira aparição, tranquiliza-os e ensina-lhes uma oração de profissão de fé e de intercessão e reparação “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos! Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.” Convida-os à oração e anima-os: “Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas.”

Na segunda aparição, no poço da casa da Lúcia, em Aljustrel, adverte-os para a perda de tempo com coisas menos importantes. As crianças brincavam e o Anjo exorta-os novamente para a oração e para o sacrificio oblativo: «Que fazeis? Orai! Orai muito! Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios.  “De tudo o que puderdes, oferecei a Deus sacrifício, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim sobre a vossa pátria a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar.”

Na terceira aparição, na Loca, ensina-lhes uma nova oração: “”Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos de seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.”

Depois de alguns momentos de Adoração levantou-se, deu a Hóstia à Lúcia, e o cálice deu-o a beber ao Francisco e à Jacinta, dizendo: “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos! Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus.”

Portugal desde os inícios da nacionalidade foi consagrado ao Arcanjo São Miguel e essa devoção manteve-se mas ganhou um novo incremento com as aparições do Anjo em Fátima e com a introdução da sua memória no nosso calendário litúrgico, pelo papa Pio XII.

Tantas vezes andamos ocupados com tantas solicitações do mundo que nos esquecemos que Deus nos deu um poderoso intercessor, guia e defensor. A ele devemos recorrer.

Nestes tempos conturbados, em que as dúvidas nos pressionam, devemos manter o coração tranquilo e apaziguado com as palavras dirigidas aos pastorinhos mas também a nós “Não temais!”

Neste dia além de comemorarmos o Dia de Portugal e o Dia do Anjo da Guarda de Portugal, também se assinala como Dia de Camões e das Comunidades Lusófonas Portuguesas.